Desenho, Literatura, Fotografia, Vídeo, Jornalismo, Multimédia 3ª Jornada
Uma iniciativa do Município de Abrantes com a colaboração da Delegação do Centro da Ordem dos Arquitetos - Secção Regional do Sul
Locais de realização: Biblioteca Municipal António Botto, escolas e espaços públicos Comissário: Eduardo Salavisa
Cadernos de Viagem de Abrantes
Oficinas e masterclasses, desenhos, literatura, fotografia, vídeo, jornalismo e multimédia. À semelhança dos “Carnets de Voyage” de Clermont-Ferrant, os Cadernos de Viagem de Abrantes são um espaço de encontro e de fusão do desenho com a escrita de viagens e outras artes como a fotografia e o vídeo. Abrantes, cidade mais central de Portugal, lugar ideal de partida e de chegada, ou destino a descobrir em si mesma, será este ano palco de exposições de desenhos e cadernos de viagem, sendo uma coletiva, de artistas portugueses, e uma individual do espanhol José María Sánchez. Paralelamente haverá um programa de workshops, lançamentos, feira do livro de viagens e residência artística com o desenhador José María Sánchez e o escritor Bruno Vieira Amaral.
EXPOSIÇÃO
De 09 março a 27 de abril de 2018 Com um caderno no bolso, de José María Sánchez Público em geral
José María Sánchez
Nota biográfica
Nasci em 58 numa pequena aldeia de La Mancha. Estudei artes gráficas e publicidade em Madrid, e lá fiquei trabalhando como diretor de arte de diferentes agências de publicidade e, em seguida, como freelancer. Agora faço isso de qualquer lugar graças à internet. Em criança não parava de desenhar batalhas navais no papel contínuo dos encefalogramas. As ondas vinham impressas no papel. Na adolescência usava as agendas caducadas do meu pai como diários. Nas longas esperas pela minha noiva escrevia, escrevia. Acostumei-me a levar um caderno no bolso, mas esqueci o desenho. A minha passagem pelas agências de publicidade como diretor de arte trouxe um retorno ao desenho, o uso de todo tipo de materiais, velocidade e sensibilidade especial pelo layout, aquela bela batalha entre textos, imagens e espaços em branco, entre cores e formas que ocorrem numa página ou em qualquer superfície. Mas, acima de tudo, criei uma atração especial pelo esboço, essa forma rápida, gestual e simples de representar uma ideia. A ponto de odiar o trabalho acabado, relaxado e perfeito, onde há mais sofrimento do que gozo. Adoro viajar. Viajar ajuda-te a relativizar, a ver coisas de diferentes perspetivas. Quando viajaste muito começas a entender o que é essencial. A viagem predispõe-te para a curiosidade, para observar tudo sem julgar. É a fórmula perfeita para pintalgar cadernos. Agora levo sempre um caderno no meu bolso, não vou a nenhum lugar sem ele. Escrevi e desenhei tanto, gostei tanto de fazê-lo, que já me parece um vício. Como é possível viver neste mundo sem parar a vê-lo, sem apreciar os seus pequenos detalhes, suas formas e cores, a luz, os gestos de seus habitantes... sem se transformar o dia a dia num espetáculo fascinante?
FEIRA DO LIVRO DE VIAGENS
De 9 de março a 27 de abril Em parceria com a livraria Ao Pé das Letras
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
5 de abril a 15 de abril José María Sánchez vem desenhar Abrantes
RESIDÊNCIA ARTÍSTICA
17 a 23 de abril Bruno Vieira Amaral vem escrever sobre Abrantes
ENTRE NÓS E AS PALAVRAS COM O ESCRITOR BRUNO VIEIRA AMARAL 19. abril. 2018//21:30 Biblioteca Municipal António Botto Apresentação do livro Manobras de guerrilha: pugilistas, pokémons & génios e / ou uma atividade com escolas Manobras de guerrilha: pugilistas, pokémons & génios e/ou As primeiras coisas
Bruno Vieira Amaral
Nota biográfica
Nasceu em 1978. Formado em História Moderna e Contemporânea pelo ISCTE, é crítico literário, ensaísta e romancista. Publicou contos em diversas revistas, critica literária em jornais (continua a fazê-lo), uma reportagem sobre práticas religiosas (Aleluia!), um ensaio (Guia Para 50 Personagens da Ficção Portuguesa), além de, durante anos, ter alimentado um blogue (Circo da Lama) e colaborado em outros. Colaborou no DN Jovem, revista Atlântico e jornal i. Trabalhou no departamento de comunicação de uma editora, numa rede de cinemas e noutras áreas (numa gasolineira ou em bares da margem sul de Lisboa). Atualmente vive da escrita e de colaborações na imprensa, além de ser editor-adjunto da revista LER. Em 2002, uma temerária incursão pela poesia valeu-lhe ser selecionado para a Mostra Nacional de Jovens Criadores. As primeiras coisas foi o seu primeiro romance (Quetzal Editores, 2013) e recebeu variadíssimos prémios. Foi considerado Livro do Ano Time Out ou Prémios Novos. Foi distinguido com o Prémio PEN Clube Narrativa, Prémio Literário Fernando Namora e Prémio José Saramago 2015. Em 2016, mereceu a nomeação de uma das Dez Novas Vozes da Europa (Ten New Voices from Europe), escolha dos jurados da plataforma Literature Across Frontiers.
Em 2017 publicou o seu segundo romance Hoje estarás comigo no paraíso, da Quetzal Editores. Manobras de guerrilha: pugilistas, pokémons & génios é o seu mais recente livro, publicado já este ano, janeiro de 2018, também da Quetzal Editores.
Manobras de guerrilha: pugilistas, pokémons & génios
O que tem Maradona a ver com Susan Sontag e pugilismo com Chateaubriand? E sexo anal com transportes públicos ou com os suicídios de Werther ou Bovary? E David Bowie com Budapeste ou Woody Allen com Bartolomé de Las Casas? São vinte e seis textos dispersos - publicados em jornais, blogues ou apresentados em conferências e encontros de escritores - que agora se reúnem em livro e que, na sua variedade, erudição e humor, bem ilustram a mestria literária e o extraordinário leque temático de Bruno Vieira Amaral. Público em geral
ENCONTRO DE CADERNOS DE VIAGENS
URBAN SKETCHERS 7.abril.2018
10:00mn//15:30 Pela cidade (com início na biblioteca) Com a presença dos participantes na exposição coletiva e na residência artística, mas aberto a todos os que quiserem viajar por Abrantes, desenhando, escrevendo sobre ela, fotografando, filmando, vivendo-a como mais lhes agradar.
15:30 Regresso à biblioteca para partilha dos trabalhos desenhados
MASTERCLASS
com José María Sanchéz e apresentação do livro Abrantes: o caderno de Pedro Cabral e Raquel Ochoa 7.abril.2018//16:00 Público em geral
| | OFICINA Com um caderno no bolso: a viagem, o caderno, o esboço. 11.abril.2018// 10:30
Escola Secundária Dr. Solano de Abreu Por José María Sánchez Destinatários: Ensino secundário
José María Sanchéz
Nasci em 58 numa pequena aldeia de La Mancha. Estudei artes gráficas e publicidade em Madrid, e lá fiquei trabalhando como diretor de arte de diferentes agências de publicidade e, em seguida, como freelancer. Agora faço isso de qualquer lugar graças à internet. Em criança não parava de desenhar batalhas navais no papel contínuo dos encefalogramas. As ondas vinham impressas no papel. Na adolescência usava as agendas caducadas do meu pai como diários. Nas longas esperas pela minha noiva escrevia, escrevia. Acostumei-me a levar um caderno no bolso, mas esqueci o desenho. A minha passagem pelas agências de publicidade como diretor de arte trouxe um retorno ao desenho, o uso de todo tipo de materiais, velocidade e sensibilidade especial pelo layout, aquela bela batalha entre textos, imagens e espaços em branco, entre cores e formas que ocorrem numa página ou em qualquer superfície. Mas, acima de tudo, criei uma atração especial pelo esboço, essa forma rápida, gestual e simples de representar uma ideia. A ponto de odiar o trabalho acabado, relaxado e perfeito, onde há mais sofrimento do que gozo. Adoro viajar. Viajar ajuda-te a relativizar, a ver coisas de diferentes perspetivas. Quando viajaste muito começas a entender o que é essencial. A viagem predispõe-te para a curiosidade, para observar tudo sem julgar. É a fórmula perfeita para pintalgar cadernos. Agora levo sempre um caderno no meu bolso, não vou a nenhum lugar sem ele. Escrevi e desenhei tanto, gostei tanto de fazê-lo, que já me parece um vício. Como é possível viver neste mundo sem parar a vê-lo, sem apreciar os seus pequenos detalhes, suas formas e cores, a luz, os gestos de seus habitantes... sem se transformar o dia a dia num espetáculo fascinante?
Com um caderno no bolso: a viagem, o caderno, o esboço.
El viaje, el cuaderno, el boceto. El viaje nos saca de la zona de confort. Nos crea un estado especial para abrirnos a los estímulos. Nos ayuda a considerar lo esencial de las cosas y nos enseña que todo es relativo, que todas esas cosas que creíamos inmutables son diferentes depende dónde. Nos ayuda a comprender, a tener criterio, a ser libres. El cuaderno es nuestro diario privado en ese viaje. En el cabe todo lo que nos interesa y todo lo que nuestro interior da. No tiene ninguna pretensión ni nos crea ninguna responsabilidad. Nadie lo juzgará. Con él podemos jugar sin miedo, libremente. El boceto no es ninguna obra acabada, es solo una idea. De él saldrán pinturas, esculturas, edificios, cerámicas, textos... para el resto de la humanidad; pero por ahora solo es una idea en tu cuaderno privado. Solo una anotación íntima, pero con mucho más valor que la obra acabada. El boceto contiene alegría, espontaneidad, sinceridad. Muy pocos artistas logran estas grandes cualidades en la obra final. Las ideas no salen de la nada, sino de nuestra especial percepción, de nuestra curiosidad. Lleva siempre un cuaderno en el bolsillo. Anota todo lo que te resulta curioso. Cuando viajas y también en tu vida diaria. Empezarás a ver el mundo de otra forma. A percibir las cosas hermosas que nos rodean. A disfrutar del espectáculo cotidiano.
OFICINA
Desenho e escrita de viagem: as estórias que os desenhos não contam 13.abril.2018// 18:00 Por Nelson Paciência
Nelson Paciência
É arquiteto. Tem 42 anos, é casado e pai de dois rapazes. Vive e trabalha em Lisboa. Colabora com os Urban Sketchers Portugal (UskP) desde 2012, desde que (re) começou a desenhar. Tem sido convidado com regularidade para falar dos seus desenhos em escolas, foi um dos formadores do Programa de Formação dos Urban Sketchers Internacional 10x10 no ano de 2017. Participou nos Simpósios de Manchester e Chicago como orador de uma conferência e instrutor, e é o responsável pela organização do Simpósio de 2018, que decorre no Porto em julho próximo. Participou em várias exposições individuais e coletivas desde 2013 (Portugal, Espanha e Itália), e é um dos autores dos livros “Lisbon by Urban Sketchers”, “Portugal by Urban Sketchers” e “Porto by Urban Sketchers”, publicados em 2015 e 2017 respetivamente. Foi voluntário entre 2014 e 2015 na Prisão de Alta Segurança em Monsanto, dando sessões regulares de desenho a um pequeno grupo de reclusos. É actualmente o Presidente da Associação de Urban Sketchers Portugal e os seus desenhos podem ser vistos aqui: http://nelsonpaciencia.blogspot.pt/
Desenho e escrita de viagem: as estórias que os desenhos não contam
Uma oficina para ajudar a adicionar uma nova dimensão ao desenho – a escrita. Como guardar as memórias de um lugar, de um objeto ou de uma pessoa? Perceber a importância da observação e da memória, e de ter todos os sentidos alerta. Saber identificar aquilo que pode trazer alma a um desenho: os sons, os diálogos, os cheiros, o espírito do lugar. Identificar as coisas que não conseguimos desenhar, descrever na primeira pessoa as sensações e a experiência vivida. O desenho como uma estória, nós somos o narrador(!). OBJECTIVOS • Reconhecer a importância do caderno, como suporte gráfico das viagens das nossas vidas. • Conseguir transformar um simples desenho num registo completo, enriquecido com texto descritivo e emocional. • Saber estruturar o texto que conta a estória da viagem, num estilo de reportagem leve e despretensiosa, e interessante para o leitor. • Desenvolver técnicas de apontamentos de escrita, as notas soltas, que captem a essência do lugar, que ajudam na elaboração de um texto fluído e objetivo. • Não ter medo de errar. Saber aceitar e gostar de desenhos e textos imperfeitos. MATERIAIS Um caderno de tamanho não inferior a A5 (recomendável), canetas, lápis, aguarelas, lápis de cor ou outros. Escolha livre. DESTINATÁRIOS Todos aqueles que gostam de desenhar, de viajar, e que também gostam ou gostariam de escrever sobre os seus desenhos.
OFICINA
Ao vivo e a cores: desenho como terapia 21.abril.2018//10:00 Por Teresa Ruivo Destinatários: Público em geral
Teresa Ruivo
É psicóloga clínica e trabalha principalmente na área de Psicopatologia e Psicoterapia de crianças e adolescentes. Sem formação artística de base, começou a desenhar em cadernos em 2014, sem ter a noção que o desenho viria a ser tão importante na sua vida. Gosta de desenhar os lugares onde vai, as viagens que faz, os pequenos gestos e rotinas diárias de pessoas com que se cruza e várias situações que de alguma forma a impressionam. Participou em várias exposições coletivas desde 2014 e tem desenhos publicados nos livros “Lisbon by Urban Sketchers”, “Portugal by Urban Sketchers” e “Porto by Urban Sketchers”. Em 2017 foi convidada para integrar o projeto “Camiña Camiño”, do qual resultou uma exposição e um livro apresentados nas segundas Jornadas do “Compostela Ilustrada”, em Santiago de Compostela, Espanha, nas quais orientou também um Workshop. Publica desenhos no seu blog (https://teresaruivo.blogspot.pt/), no blog de Urban Sketchers de Portugal (http://urbansketchers-portugal.blogspot.pt/) e no Instagram. Atualmente pertence à direção dos Urban Sketchers Portugal. Desenvolve, por iniciativa própria, um projeto no Instituto Português de Oncologia em Lisboa, chamado "Desenhar Contigo", no qual ele conduz um workshop de desenho semanal com crianças com doenças oncológicas. Os respetivos desenhos podem ser vistos no Instagram (@desenharcontigo)
Ao vivo e a cores
Através duma breve apresentação em sala do trabalho da autora pretende-se realçar, quer a importância do diário gráfico no nosso quotidiano, quer as inúmeras possibilidades de utilização do desenho num contexto comunitário. Num segundo tempo, e independentemente das qualidades ou capacidades gráficas de cada um, o grupo desloca-se a um local exterior, com o objetivo de fazer um registo “ao vivo e a cores” do momento e do sítio a definir. Sendo o desenho proposto feito com linhas e com manchas, sugere-se que, além de um caderno, os participantes tenham um lápis, uma caneta e uma caixa de aguarelas. Público-alvo: todas as pessoas que gostem de desenhos, sem restrições de idade, formação, prática ou “jeito para desenho”.
A participação nas oficinas é gratuita, mas com inscrição obrigatória (sujeita a confirmação, dado o número limite de participantes). Inclui certificado de participação. |