Sugestões de Leitura

Porque ler não é apenas juntar letras para formar sílabas,que formam palavras, que formam frases. Etimologicamente ler é apreender, interpretar sentidos. Por isso o nosso lema é "vemos, ouvimos e lemos..."

2020

Rita e a floresta dos legumes

A Biblioteca Municipal António Botto apresenta como sugestão de leitura o livro Rita e a floresta dos legumes, escrito por Rita Redshoes e Narciso Moreira, ilustrado por Ana Gabriela, das Edições Betweien.

A Rita tem um apetite voraz! Adora comer de tudo um pouco! Mas, nem sempre assim foi. Em criança, a Rita perdia o apetite quando via legumes no prato de refeição que os pais confecionavam para ela, todos os dias, com carinho e cuidado. Mas tudo mudou um dia, quando, ao encostar os legumes na beira do seu prato, como que em protesto pelas opções culinárias dos progenitores, um fenómeno estranho aconteceu. Os legumes, outrora coloridos, mudaram de cor! Tornaram-se cinzentos, tristes e incompreendidos. Somente uma viagem mágica a uma floresta repleta de verduras gigantes, na companhia de uns amigos muito especiais, fez com que a Rita percebesse o porquê da constante presença dos legumes no seu prato de comida. Queres saber mais sobre esta aventura? A Rita conta-te e canta-te esta história!

Esta sugestão de leitura surge a partir do projeto pedagógico de promoção de uma alimentação e estilos de vida saudáveis Rita e a floresta dos legumes, dirigido para alunos do ensino pré-escolar, 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, desenvolvido pela artista musical Rita Redshoes, em parceria com a empresa Betweien.

A dieta mediterrânica, a roda dos alimentos, os alimentos locais e da época, as técnicas culinárias saudáveis e tradicionais e o exercício físico são algumas das temáticas exploradas no projeto, que chegarão ao público estudantil através não apenas da história infantil, mas também de temas musicados pela Rita e/ou uma peça de teatro, que será a adaptação da narrativa do livro ao teatro.

 
Há muitos, muitos anos, no tempo em que residias somente no bater ritmado do coração do teu pai e da tua mãe, a jovem Rita fazia amizade com os tambores, os pratos e as baquetas do grupo de teatro da sua escola. 1997 era o ano que corria, - Vê lá tu! No século passado! - quando, compassada pelo som de uma bateria, deu os primeiros passos na música. Só na música, porque ela já andava desde o primeiro ano de vida! Depois, a ‘amiga bateria’ apresentou-lhe os companheiros, outros instrumentos, com os quais criou e interpretou lindas melodias, que resultaram na colaboração em inúmeros projetos musicais com nomes estranhíssimos, como: ‘As abelhas atómicas’ (Atomic bees), ‘Fotografias’ (Photographs), ‘O cão vermelho rebelde’ (Rebel red dog), ‘O lendário homem-tigre’ (The legendary tigerman), o ‘Noiserv’ (Não sei o que significa, creio que tem a ver com barulho!), a GNR (É verdade! Juro! Eu também não sabia que, no século passado, a polícia tinha um grupo de música!)… Ah espera, ao que parece também colaborou com um músico com um nome normal, David Fonseca!

Porque estudou muito, sim a Rita teve de estudar! Achavas que isto de viver para e da música não carecia de estudo? Enganas-te! Estudou canto lírico e piano, finalizando o Curso Profissional de Música e Novas Tecnologias. Como a música cura muitas das feridas que temos dentro da cabeça, a Rita também estudou Psicologia Clínica. E, desde então, a cantar, ajuda aqueles que sofrem dores de cabeça, tanto em Portugal como no estrangeiro! Sim, a Rita teve de ir a outros países cantar. Se calhar, os cantores dos outros países não são tão bons quanto a Rita a curar os males da cabeça! Já esteve no Festival South By Southwest (EUA), no Eurosonic (Holanda) ou no Festival Peace & Love (Suécia). Procura estes locais no mapa-mundo e verás que estes sítios ficam mesmo muito longe!

Um certo dia, a Rita decidiu que queria trabalhar sozinha. Eu acho que os nomes estranhos dos grupos com quem trabalhou a assustaram. Em 2008, apresentou o seu primeiro álbum a solo. ‘A solo’ significa sozinha, como referi em cima. Mas, não sei porquê, também o batizou com um nome estranho: “Golden Era”. Afinal, os nomes estranhos não a assustam! Em 2010, publicou "Lights & Darks", em 2014, “Life is a Second of Love” e, em 2016, “Her”.

Para além da música, a Rita também gosta muito de escrever histórias e de desenhar. Tem três obras editadas: “Sonhos de Uma Rapariga Quase Normal” (2015, Guerra & Paz), o livro infantil “O Gato Surucucu e o Corvo Negro” (2016, Science4you) e “Peter Pan” (2017, Empresa).


Se quiseres saber mais sobre a Rita acede, com a supervisão de um adulto, a www.ritaredshoes.com.

(Betweien)


José Alberto Marques


José Alberto Marques


Sugestão de leitura da obra de José Alberto Marques com texto e leitura de Francisco Lopes.
José Alberto Marques, escritor abrantino nascido em Torres Novas, é um dos grandes nomes da poesia experimental portuguesa e autor do primeiro poema concreto publicado em Portugal.

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Os Despojos do dia


Os Despojos do dia


Sugestão de leitura do romance de Kazuo Ishiguro, com texto e leitura do bibliotecário Francisco Lopes.
Kazuo Ishiguro, escritor inglês de origem japonesa, foi Prémio Nobel da Literatura em 2017.

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As velas ardem até ao fim


As velas ardem até ao fim


Sugestão de leitura do romance de Sándor Márai, com texto e leitura do bibliotecário Francisco Lopes.

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Maria Velho da Costa

maria velho costa

Prémio Camões 2002 Maria Velho da Costa (n. 1938) é licenciada em Filologia Germânica pela Universidade de Lisboa e tem o curso de Grupo-Análise da Sociedade Portuguesa de Neurologia e Psiquiatria. Foi leitora do King's College em Londres, presidente da Associação Portuguesa de Escritores e adida cultural em Cabo Verde. Ficcionista, ensaísta e dramaturga é coautora, com Maria Isabel Barreno e Maria Teresa Horta, de "Novas Cartas Portuguesas", um livro que se tornou um marco no nosso país pela abordagem da situação das mulheres nas sociedades contemporâneas, e que viria a ser apreendido pela polícia política do antigo regime. A sua escrita situa-se numa linha de experimentalismo linguístico que viria a renovar a literatura portuguesa nos anos 60 e, como afirmou Eduardo Lourenço, é "de um virtuosismo sem exemplo entre nós". É autora, entre outras obras, de "O Lugar Comum" (1966), "Maina Mendes" (1969), o já citado "Novas Cartas Portuguesas" (1972), em colaboração, "Casas Pardas" (1977), Prémio Cidade de Lisboa, "Lucialima" (1983), que foi Prémio D. Dinis, da Fundação da Casa de Mateus, "Missa in Albis" (1988), Prémio de Ficção do PEN Clube, "Dores" (1994), um volume de contos, em colaboração com Teresa Dias Coelho, ao qual foi atribuído o Prémio da Crítica da Associação Internacional dos Críticos Literários e o Prémio do Conto Camilo Castelo Branco, a peça de teatro Madame", a partir de Eça de Queirós e Machado de Assis, um êxito retumbante de palco, interpretado por Eunice Muñoz e Eva Wilma, e "Irene ou o Contrato Social", distinguido com o Grande Prémio de Ficção APE de 2000. Em 1997 foi-lhe atribuído o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora, pelo conjunto da sua obra, que se encontra traduzida em várias línguas. Participou no Festival do Imaginário, em Abrantes, em 1996.
[Faleceu a 23 de maio de 2020.]

In: https://www.assirio.pt/autor/maria-velho-da-costa/13358




DESTAQUES IMPRENSA - 23/24.05.2020

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa
https://www.publico.pt/2020/05/23/culturaipsilon/noticia/morreu-escritora-maria-velho-costa-1917871

https://tvi24.iol.pt/sociedade/morte/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa

https://www.dn.pt/cultura/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa-12232090.html

https://expresso.pt/sociedade/2020-05-23-Morreu-a-escritora-Maria-Velho-da-Costa

https://www.sabado.pt/vida/detalhe/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa-tinha-81-anos

https://www.cmjornal.pt/cultura/detalhe/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa?ref=Mundo_CmaoMinuto

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/cultura/detalhe/morreu-maria-velho-da-costa-o-perigo-a-forca-da-mulher-e-o-cume-de-fulgor-da-literatura

https://sol.sapo.pt/artigo/697707/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa

https://www.tsf.pt/portugal/cultura/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa--12232150.html

https://rr.sapo.pt/2020/05/24/pais/marcelo-homenageia-a-escritora-de-ideias-maria-velho-da-costa/noticia/194005/

https://www.publico.pt/2020/05/24/culturaipsilon/noticia/imenso-vazio-reaccoes-morte-maria-velho-costa-1917896

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa_n1231339

https://observador.pt/2020/05/23/morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa-uma-das-autora-das-novas-cartas-portuguesas/

https://www.jn.pt/artes/maria-teresa-horta-em-choque-com-morte-da-escritora-maria-velho-da-costa-12232938.html

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/maria-teresa-horta-sobre-maria-velho-da-costa-uma-ligacao-para-sempre

https://caras.sapo.pt/noticias/2020-05-24-morreu-a-escritora-maria-velho-da-costa/

 


 
BIBLIOGRAFIA EXISTENTE NA BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO

BARRENO, Maria Isabel; HORTA, Maria Teresa; COSTA, Maria Velho da - Novas cartas portuguesas. 7ª ed. Lisboa: Dom Quixote, D.L. 1998. ISBN 972-20-1500-1

CARVALHO, Armando Silva; COSTA, Maria Velho da - O livro do meio. Lisboa: Caminho, 2006. ISBN 972-21-1840-4

COSTA, Maria Velho da - O amante do Crato. Porto: Assírio & Alvim, 2012. ISBN 978-972-37-1647-4

COSTA, Maria Velho da - Casas pardas. 3ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 1986

COSTA, Maria Velho da - Cravo. 2ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 1994. ISBN 972-20-1151-0

COSTA, Maria Velho da - Desescrita. Porto: Afrontamento, 1973

COSTA, Maria Velho da; COELHO, Teresa Dias - Dores. Lisboa: Dom Quixote, 1994

COSTA, Maria Velho da; CABRITA, António - Inferno. Almada: Íman, D.L. 2001. ISBN 972-8665-13-X

COSTA, Maria Velho da - Irene ou o contrato social. 2ª ed. Lisboa: Dom Quixote, 2001. ISBN 972-20-1749-7

COSTA, Maria Velho da - Lúcialima. 2ª ed. Lisboa: O Jornal, imp. 1983

COSTA, Maria Velho da - Madame: sobre textos de Eça de Queirós (Os Maias) e Machado de Assis (Dom Casmurro). Lisboa: Sociedade Portuguesa de Autores: Dom Quixote, 1999. ISBN 972-20-1645-8

COSTA, Maria Velho da - O mapa cor de rosa: (cartas de Londres). Lisboa: Dom Quixote, 1984

COSTA, Maria Velho da - Myra. Lisboa: Assírio & Alvim, 2008. ISBN 978-972-37-1369-5


Rubem Fonseca

Rubem Fonseca nasceu em Juiz de Fora, em Minas Gerais, no Brasil, a 11 de maio de 1925. Formado em Direito, começou a escrever aos 17 anos, mas chegou a exercer funções como comissário de polícia nos anos 50. É um dos mais prestigiados escritores brasileiros contemporâneos e um dos expoentes máximos da literatura de língua portuguesa. Traduzido em todo o mundo, foi galardoado com seis prémios Jabuti e, pelo conjunto da sua obra, com o Prémio Camões em 2003. Em 2015, recebeu o Prémio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras (ABL).

É autor de uma vasta obra narrativa, contista e romancista que tem vindo a ser publicada em Portugal, desde 2010, pela Sextante Editora. A Cólera do Cão (1963), O Caso Morel (1973), Feliz Ano Novo (1976), O Cobrador (1979) e Carne Crua - uma coleção de 26 contos inéditos lançada em Portugal há precisamente um ano - são alguns dos seus títulos incontornáveis. A este que viria a ser o seu derradeiro título, no catálogo da Sextante Editora juntam-se O Selvagem da Ópera, Calibre 22, Axilas e Outras Histórias Indecorosas, Histórias Curtas, Amálgama, Buffo & Spallanzani, A Grande Arte, José e Agosto, obra que inspirou uma célebre série da Rede Globo. 

Faleceu a 15 de abril de 2020, vítima de um enfarte do miocárdio.

In: https://www.sextanteeditora.pt/autor/rubem-fonseca/23271


PRÉMIOS

1969 - Prémio Jabuti por Lúcia McCartney (Brasil) 
1983 - Prémio Jabuti por A Grande Arte (Brasil) 
1996 - Prémio Jabuti por Buraco na Parede (Brasil) 
2002 - Prémio Jabuti por Secreções, Excreções e Desatinos (Brasil) 
2003 - Prémio Camões pelo conjunto da obra (Portugal) 
2003 - Prémio de Literatura Latinoamericana y del Caribe Juan Rulfo (México) 
2003 - Prémio Jabuti por Pequenas Criaturas (Brasil) 
2012 - Prémio Literário Casino da Póvoa por Bufo & Spallanzani (Portugal) 
2012 - Prémio Iberoamericano de Narrativa Manuel Rojas (Chile) 
2014 - Prémio Jabuti por Amálgama (Brasil) 
2015 - Prémio Machado de Assis pelo conjunto da obra (Brasil)


DESTAQUES IMPRENSA - 15.04.2020

https://www.publico.pt/2020/04/15/culturaipsilon/noticia/morreu-escritor-brasileiro-rubem-fonseca-1912501

https://expresso.pt/cultura/2020-04-15-Morreu-Rubem-Fonseca

https://observador.pt/2020/04/15/morreu-rubem-fonseca-mestre-do-conto-um-dos-maiores-escritores-brasileiros-e-premio-camoes-em-2003/

https://mag.sapo.pt/showbiz/artigos/morreu-rubem-fonseca-considerado-um-dos-maiores-escritores-brasileiros

https://www.cmjornal.pt/cm-ao-minuto/detalhe/morreu-o-escritor-rubem-fonseca-um-dos-icones-da-literatura-brasileira

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2020/04/15/morre-no-rio-o-escritor-rubem-fonseca.ghtml

 
BIBLIOGRAFIA EXISTENTE NA BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO

FONSECA, Rubem - Bufo & spallanzani. 24ª ed.. São Paulo: Companhia das letras, 1991. ISBN 85-7164-152-8
FONSECA, Rubem - O buraco na parede. Porto: Campo das Letras, 1996. ISBN 972-8146-73-6
FONSECA, Rubem - Carne crua. Porto: Sextante, 2019. ISBN 978-989-676-241-4
FONSECA, Rubem - O caso Morel. Porto: Público, D.L. 2003. ISBN 84-9789-255-0
FONSECA, Rubem - O cobrador. 3ª ed.. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. ISBN 85-7164-032-7
FONSECA, Rubem - A coleira do cão: contos. 4ª ed.. São Paulo: Companhia das Letras, 1991. ISBN 85-7164-188-9
FONSECA, Rubem - Ela e outras mulheres: contos. Porto: Campo das Letras, 2008. ISBN 978-989-625-220-5
FONSECA, Rubem - Feliz ano novo: contos. 2ª ed.. São Paulo: Companhia das letras, 1989. ISBN 85-7164-069-6
FONSECA, Rubem - Histórias curtas. Porto: Sextante, 2016. ISBN 978-989-676-151-6
FONSECA, Rubem - Os prisioneiros: contos. 4ª ed.. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. ISBN 85-7164-070-X
FONSECA, Rubem - Vastas emoções e pensamentos imperfeitos. Lisboa: Dom Quixote, 1990. ISBN 972-20-0820-X


Luis Sepúlveda

 

Luis Sepúlveda nasceu em Ovalle, no Chile, a 4 de outubro de 1949 e morreu a 16 de abril de 2020 em Oviedo, Espanha. O seu pai era militante do Partido Comunista e proprietário de um restaurante. A mãe era enfermeira e tinha origens mapuche. Cresceu no bairro San Miguel de Santiago e estudou no Instituto Nacional, onde começou a escrever por influência de uma professora de História.

Aos 15 anos ingressou na Juventude Comunista do Chile, da qual foi expulso em 1968. Depois disso, militou no Exército de Libertação Nacional do Partido Socialista. Após os estudos secundários, ingressou na Escola de Teatro da Universidade de Chile, da qual chegou a ser diretor. Anos mais tarde, licenciou-se em Ciências da Comunicação pela Universidade de Heidelberg, na Alemanha.

Da sua vasta obra – toda ela traduzida em Portugal –, destacam-se os romances O Velho que Lia Romances de Amor e História de uma Gaivota e do Gato que a Ensinou a Voar. Mas todos os seus livros conquistaram em todo o mundo a admiração de milhões de leitores.

Em 2016, recebeu o Prémio Eduardo Lourenço – que visa galardoar personalidades ou instituições com intervenção relevante no âmbito da cooperação e da cultura ibérica –, uma honra de definiu como «uma emoção muito especial».

Para além de romancista, foi realizador, roteirista, jornalista e ativista político. Em 1970 venceu o Prémio Casa das Américas pelo seu primeiro livro, Crónicas de Pedro Nadie, e também uma bolsa de estudo de cinco anos na Universidade Lomonosov de Moscovo. No entanto, só ficaria cinco meses na capital soviética, uma vez que foi expulso da universidade por “atentado à moral proletária”. Membro ativo da Unidade Popular chilena nos anos 70, teve de abandonar o país após o golpe militar de Augusto Pinochet. Viajou e trabalhou no Brasil, Uruguai, Bolívia, Paraguai e Peru. Viveu no Equador entre os índios Shuar, participando numa missão de estudo da UNESCO. Em 1979 alistou-se nas fileiras sandinistas, na Brigada Internacional Simon Bolívar, que lutava contra a ditadura de Anastácio Somoza. Depois da vitória da revolução sandinista, trabalhou como repórter.

Em 1982 rumou a Hamburgo, movido pela sua paixão pela literatura alemã. Nos 14 anos em que lá viveu, alinhou no movimento ecologista e, enquanto correspondente da Greenpeace, atravessou os mares do mundo, entre 1983 e 1988. Em 1997, instalou-se em Gijón, em Espanha, na companhia da mulher, a poetisa Carmen Yáñez. Nesta cidade fundou e dirigiu o Salão do Livro Ibero-americano, destinado a promover o encontro de escritores, editores e livreiros latino-americanos com os seus homólogos europeus.

Luís Sepúlveda vendeu mais de 18 milhões de exemplares em todo o mundo e as suas obras estão traduzidas em mais de 60 idiomas.
In: https://www.portoeditora.pt/autor/luis-sepulveda/6581


PRÉMIOS

1970 - Prémio Casa das Américas , por Crónicas de Pedro Nadie (Cuba) 
1976 - Prémio Gabriela Mistral de Poesia (Chile) 
1978 - Prémio Rómulo Gallegos (Espanha) 
1985 - Prémio Ciudad Alcalá de Henares , por Patagónia Express (Espanha) 
1988 - Prémio Tigre Juan , por O Velho que Lia Romance de Amor (Espanha) 
1992 - Prémio France Culture Etrangêre , por O Velho que Lia Romance de Amor 
1994 - Prémio Ennio Flaiano (Itália) 
1996 - Prémio Ovidio (Roménia) 
1996 - Premio Grinzane Cavour (Itália) 
1997 - Prémio Terra 
2001 - Prémio da Crítica (Chile) 
2004 - Doutor Honoris Causa pela Universidade de Toulon, França 
2005 - Doutor Honoris Causa pela Universidade de Urbino, Itália 
2006 - Cavaleiro das Artes e da Letras da República Francesa 
2009 - Prémio Primavera de Novela (Espanha) 
2013 - Premio Pegaso de Oro (Itália) 
2013 - Prémio NordSud Pescarabruzzo (Itália) 
2014 - Premio Vigevano (Itália) 
2014 - Premio Taormina por Excelência Literária (Itália) 
2014 - Premio Chiara (Itália) 
2016 - Premio Eduardo Lourenço (Portugal)


DESTAQUES IMPRENSA - 16.04.2020

https://www.publico.pt/2020/04/16/culturaipsilon/noticia/luis-sepulveda-historia-homem-gostava-escrever-cozinha-1912560

https://www.sabado.pt/vida/detalhe/porto-editora-manifesta-pesar-pela-morte-de-luis-sepulveda

https://www.rtp.pt/noticias/cultura/covid-19-morreu-escritor-chileno-luis-sepulveda_v1221242

https://sicnoticias.pt/especiais/coronavirus/2020-04-16-Morreu-o-escritor-Luis-Sepulveda-vitima-da-Covid-19

https://observador.pt/2020/04/16/morreu-luis-sepulveda-o-escritor-do-exilio-e-das-fabulas-magicas/

https://www.noticiasaominuto.com/mundo/1458366/escritor-luis-sepulveda-morre-vitima-do-novo-coronavirus

https://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/morreu-luis-sepulveda-vitima-de-coronavirus

https://www.dinheirovivo.pt/geral/morreu-o-escritor-chileno-luis-sepulveda-com-covid-19/

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/morreu-luis-sepulveda-um-revolucionario-que-escreveu-romances-de-amor

https://eco.sapo.pt/2020/04/16/escritor-luis-sepulveda-morreu-vitima-do-coronavirus/

https://www.dn.pt/cultura/morreu-luis-sepulveda-vitima-de-covid-19-12077397.html

https://www.cmjornal.pt/sociedade/detalhe/morreu-luis-sepulveda-vitima-de-coronavirus

https://famashow.pt/famosos/2020-04-16-Escritor-Luis-Sepulveda-morre-vitima-de-Covid-19


 
BIBLIOGRAFIA EXISTENTE NA BIB. MUN. ANTÓNIO BOTTO

SEPÚLVEDA, Luis - Diário de um killer sentimental. Porto: Público, D.L. 2002. ISBN 84-96075-75-3
SEPÚLVEDA, Luis - Diário de um killer sentimental: seguido de Jacaré e Hot Line. 7ª ed.. Porto: ASA, 2004. ISBN 972-41-2050-3
SEPÚLVEDA, Luis - Encontro de amor num país em guerra. 5ª ed.. Porto: Asa, 2001. ISBN 972-41-1931-9
SEPÚLVEDA, Luis - O general e o juiz. Porto: Asa, 2003. ISBN 972-41-3537-3
SEPÚLVEDA, Luis - História de um caracol que descobriu a importância da lentidão. Porto: Porto Editora, 2014. ISBN 978-972-0-04632-1
SEPÚLVEDA, Luis - História de um gato e de um rato que se tornaram amigos. Porto : Porto Editora, 2013. ISBN 978-972-0-04480-8
SEPÚLVEDA, Luis; WILHARM, Sabine, il. - História de uma gaivota e do gato que a ensinou a voar. 6ª ed.. Porto: Porto Editora, 2012. ISBN 978-972-0-04092-3
SEPÚLVEDA, Luis - Uma história suja. Porto: Asa, 2004. ISBN 972-41-4005-9
SEPÚLVEDA, Luis - Histórias daqui e dali. Porto: Porto Editora, 2010. ISBN 978-972-0-04312-2
SEPÚLVEDA, Luis - A lâmpada de Aladino. 2ª ed.. Porto: Porto Editora, 2008. ISBN 978-972-0-04183-8
SEPÚLVEDA, Luis - Mundo do fim do mundo. 11ª ed. Porto: Asa, 2001. ISBN 972-41-1544-5
SEPÚLVEDA, Luis - Nome de toureiro. Porto: Asa, 1996
SEPÚLVEDA, Luis - Palavras em tempos de crise: artigos e reflexões. Lisboa: Porto Editora, 2013. ISBN 978-972-0-04489-1
SEPÚLVEDA, Luis - Patagónia express: apontamentos de viagem. 2ª ed.. Porto: Porto Editora, 2011. ISBN 978-972-0-04090-9
SEPÚLVEDA, Luis; DELGADO APARAÍN, Mario - Os piores contos dos irmãos Grim. Porto: Asa, 2005. ISBN 972-41-4413-5
SEPÚLVEDA, Luis - O poder dos sonhos. 1ª ed.. Porto: Asa, 2006. ISBN 972-41-4870-X
SEPÚLVEDA, Luis - As rosas de Atacama. Porto: Porto editora, 2011. ISBN 978-972-0-04091-6
SEPÚLVEDA, Luis; NOBRE, Vítor, nar. - As rosas de Atacama [Registo sonoro]. Linda-a-Velha: MHIJ, D.L. 2006. 3 discos (CD); 1 folheto
SEPÚLVEDA, Luis - Últimas notícias do sul. Lisboa: Porto Editora, 2012. ISBN 978-972-0-04369-6
SEPÚLVEDA, Luis; NOBRE, Vítor, nar. - O velho que lia romances de amor [Registo sonoro]. Linda-a-Velha: MHIJ, D.L. 2006. 3 discos (CD); 1 folheto
SEPÚLVEDA, Luis - O velho que lia romances de amor. 4ª ed.. Porto: Porto Editora, 2011. ISBN 978-972-0-04187-6


2018

paraiso

HOJE ESTARÁS COMIGO NO PARAÍSO
Bruno Vieira Amaral. Lisboa: Quetzal, 2017.


Em Hoje estarás comigo no paraíso, Bruno Vieira Amaral desenha uma investigação do assassínio do primo João Jorge – morto no bairro em que ambos viviam no início dos anos oitenta – e usa essa investigação como estratégia de construção e recuperação da sua própria memória: a infância, a família, o bairro e as suas personagens, Angola antes da Independência e nos anos que se lhe seguiram, e a figura (ausente) do pai. 

Na reconstituição da personalidade e do percurso da vítima, da noite em que tudo aconteceu, na apropriação que o narrador faz da ligação com o primo morto (forjada pelos enganosos mecanismos da memória) – e de que faz parte essa outra busca mais ampla das dobras do tempo e do esquecimento – são utilizados os mais diversos materiais: arquivos da imprensa da época, arquivos judiciais, testemunhos de amigos e familiares, e a literatura, propriamente dita – como uma possibilidade de verdade, sempre.


pura


A PURA INSCRIÇÃO DO AMOR
Nuno Júdice; Lisboa. D. Quixote, 2018.

A Pura Inscrição do Amor reúne poemas que Nuno Júdice escreveu ao longo dos anos e que são dedicados a este tema.

Nele se incluem, a abrir, os conjuntos de poemas Pedro, Lembrando Inês e Carta de Orfeu a Eurídice, ambos publicados em simultâneo em abril de 2001 sob o título Pedro, Lembrando Inês, que se encontrava esgotado há muito tempo.
Os poemas reunidos em Novo Tratado de Pintura são inéditos em Portugal embora alguns deles tenham sido publicados na Colômbia, em 2014, sob o título, Breve Tratado de Pintura (Frailejón Editores).
Por sua vez, Cântico teve uma edição em livro de artista em Espanha, em 2015, sob o título Cântico dos Cânticos (versão livre), com ilustrações do pintor Pedro Castrortega (Segundo Santos Ediciones).
Em ambos os casos, esta é a sua primeira edição em Portugal.
O poema «A Mulher Deitada», que fecha o livro, é inédito.
Um belíssimo livro para ler, oferecer e guardar.

 


memorias


MEMÓRIAS VIVAS DO CONCELHO DE ABRANTES
Ana Rita Santos e Susana Nabais. [S.l.]: Alves Jana Unipessoal, 2017.

Este livro consiste numa recolha das "memórias" das pessoas que frequentam os ateliers Viver.Sénior que a Cres.Ser mantém em várias localidades do concelho de Abrantes. Usos e costumes, lendas e estórias, orações e... vários outros tipos de material que se procura aqui evitar que caia no esquecimento. Salvar, sob a forma de memória publicada, um tempo que já não volta e de que são cada vez menos as testemunhas. É um projeto da Cres.Ser - Associação de Desenvolvimento Pessoal e Comunitário.


coracao

CORAÇÃO MAIS QUE PERFEITO
Sérgio Godinho. Lisboa: Quetzal, 2017.

Depois de Vidadupla, que reúne um conjunto de contos, a Quetzal publica o primeiro romance do popular cantor e compositor, agudo cronista e bardo dos últimos quarenta anos portugueses. Os insondáveis e pedregosos caminhos do coração, amores imperfeitos que se sublimam até à perfeição e pureza do diamante.

 

principe


A ESTRANHA HISTÓRIA DO PRÍNCIPE QUE INVENTOU O ABECEDÁRIO
João Ferreira Oliveira, ilustrações de Margarida Teixeira. [S.l.]: Máquina de Voar, 2017.

Esta é a história de um Príncipe feio, gordo, baixote, careca, coxo, gago, vesgo e solitário que inventou o abecedário e descobriu o poder das palavras. E para que servem as palavras, afinal? O que terão elas feito por ele? O que poderão elas fazer por nós? Talvez nem ele saiba, talvez ninguém saiba ao certo, talvez esta seja apenas uma estranha história. 


materninha

A MATERNINHA VAI SER MÃE: UMA HISTÓRIA DE AMOR
Vera Freitas, Cláudia Pinheiro, Daniela Sousa Pinto. Aveiro: Associação Convivência, 2017.

Livro interativo, escrito para ajudar crianças de todas as idades a ver o nascimento de um novo bebé pela lente da poesia, da simplicidade e da humanidade que faz fluir o amor e une os corações.

Apaixonadas pela valorização do papel da mulher enquanto mãe, do homem enquanto pai e do próprio evento familiar e social que é o nascimento de uma criança, as duas autoras do projeto "A Materninha vai ser mãe", Vera Freitas e Cláudia Pinheiro, lançaram-se no desafio de dar corpo a uma ideia: levar às escolas a Materninha, uma boneca de trapos que, com o seu companheiro, mostram às crianças o que é ser mãe, ser pai e dar à luz um bebé.
A ideia foi imediatamente recebida e apoiada de braços abertos por duas associações, a Convivência, que luta diariamente pela inclusão em todas as suas faces e vertentes e a Maternura, que tem por objeto exatamente o suporte à infância e maternidade.
Trazendo à superfície os sentimentos que evoca a parentalidade, aquela que confia na mulher enquanto mãe, honra a maternidade e se alegra com o milagre que é o nascimento de um novo ser humano, as autoras quiseram sensibilizar a comunidade, começando pelos mais pequeninos, para uma atitude respeitosa dos momentos de gravidez, parto e pós-parto. Este livro nasce do entusiasmo demonstrado por todos os intervenientes, crianças, educadores e pais. Surge então a necessidade de convidar a terceira autora desta obra, Daniela Sousa Pinto, para traduzir por palavras emoções mais profundamente humanas que só a poesia sabe dizer. Com o intuito de chegar tanto às crianças mais velhas como às mais novinhas, que ainda não sabem ler, a Daniela escreve dois contos com o título "Uma história de Amor" onde regista a história da Materninha e do João.
A obra que se apresenta é um manual para ir descobrindo, que visa a réplica das experiências vividas pelas autoras nos jardins de infância, em casa no seio das famílias ou pelos educadores. Apresenta-se ao mesmo tempo na forma a literária, que relata a história dos dois bonecos, numa outra forma que narra a experiência do projeto da Materninha nos jardins-de-infância e escolas de Aveiro, e em trechos interativos que permitem a cada leitor ou pré-leitor descobrir em si a sua própria vivência destas temáticas.

 

medos

O PEQUENO LIVRO DOS MEDOS

Texto e ilustrações de Sérgio Godinho. Lisboa: Assírio & Alvim, 2004.

Este livro é escrito e ilustrado por Sérgio Godinho. Fala-nos dos medos da infância, "alguns mais fortes que nós", de como ultrapassamos outros (" ... o cavalo chegou-se à minha mão aberta, que tremia com a maçã em cima. Era a única coisa que lhe podia dar. Foi a única coisa que ele levou. Adeus cavalo, adeus medo dos cavalos."). Até à história que o avô Francisco Magalhães, tipógrafo de profissão, escreveu para o seu filho João de cada vez que ele tivesse medo. Porque o medo também faz parte de nós (quem não tem medo?) mas quando começa a ser exagerado, "a abusar", é preciso controlá-lo, nem que para tal seja preciso "saltar, correr, espernear, lutar, falar, responder, perguntar, ou, muito simplesmente, pensar."

 


2017

magia maes

O LIVRO DE MAGIA DAS MÃES
Constança Cordeiro Ferreira. Lisboa: Matéria-Prima, 2016.

 

Depois do sucesso de Os bebés também querem dormir, o novo livro de Constança Cordeiro vem falar das mães e das suas necessidades. As principais decisões e dilemas que envolvem o processo da gravidez, o pós-parto, a amamentação, o sono, a relação com a família e a gestão do dia-a-dia com um bebé nos primeiros 2 anos.
É um livro cheio de conselhos práticos e estratégias para que a maternidade seja uma aventura vivida em paz e harmonia com o bebé.


ceu limoes


NO CÉU NÃO HÁ LIMÕES
Sandro William Junqueira. Alfragide: Caminho, 2014.

Este livro descreve um mundo em guerra entre o Norte rio e o Sul pobre, em que os pobres do Sul tentam por todos os meios ter acesso ao bem-estar do Norte, e os do Norte usam todos os meios para conservar a riqueza só para si. 

Sandro Wiilliam Junqueira não apresenta soluções.
Mas à medida que o livro se aproxima do final uma personagem se destaca - o padre -, procurando uma saída. Será esta uma saída?
O autor não dá resposta. A resposta fica com cada um de nós, porque este é o nosso mundo.


olhos gato





 

 

NÃO SE PODE MORAR NOS OLHOS DE UM GATO
Ana Margarida de Carvalho. Alfragide: Teorema, 2016.


Em finais do século XIX, já depois da abolição da escravatura, um tumbeiro clandestino naufraga ao largo do Brasil. Um grupo de náufragos atinge uma praia intermitente, que desaparece na maré cheia: um capataz, um escravo, um mísero criado, um padre, um estudante, uma fidalga e sua filha, um menino pretinho ainda a dar os primeiros passos... Todos são vencedores na morte, perdedores na vida. O mar, ao contrário dos seus antecedentes quotidianos, dá-lhes agora uma segunda oportunidade, duas vezes por noite, duas vezes por dia. Ao contrário do que pensam, não estão sós naquele cárcere, com os penhascos enquanto sentinelas, cercados de infinitos, entre o céu e o oceano. Trazem com eles todos os seus remorsos, todos os seus fantasmas. E mais difícil do que fazerem-se ao mar ou escalarem precipícios será ultrapassarem os preconceitos: os de raça, os de classe social, os de género, os de credo. Para sobreviverem, terão de se transformar num monstro funcional com muitos braços e muitas cabeças; serão tanto mais deuses de si próprios quanto mais se tornarem humanos e conseguirem um estado de graça a que poucos terão acesso: a capacidade de se colocarem na pele do outro.


o vento


O VENTO DOS OUTROS
Raquel Ochoa. Barcarena: Marcador, 2012.

É uma viagem de seis meses por entre quatro países da América do Sul, num relato de uma autora portuguesa embrenhada em paisagens remotas: vulcões, desertos, cordilheira dos Andes, florestas, oceano.

É também um encontro com os povos milenares daquela parte do mundo, num quotidiano de aventura, como quem procura tudo o que se pode e não pode descobrir.

 

poesia

POESIA REUNIDA
Maria do Rosário Pedreira. Lisboa: Quetzal, 2012.

“(…) Estamos perante uma visão do mundo de feição romântica, que concentra no amor a justificação da existência. É certo que o romantismo nunca deixou de influenciar a poesia portuguesa, e que os neo-confessionalismos recuperaram o tema do sofrimento passional, mas as poetas têm-se mostrado reticentes a esse discurso que o feminismo estigmatizou, acusando-o de idealizar a mulher ou mitificar o homem, tornando-os criaturas falsas, alienadas. Em autoras mais novas, o lirismo amoroso, mesmo quando é sugerido, vê-se logo ironizado ou sabotado. Nesse sentido, a poética de Maria do Rosário Pedreira parece deslocada no tempo, e assume todos os riscos «intempestivos» de um aparente confessionalismo sentimental.” (do Prefácio, de Pedro Mexia)

 

epicodrome


ÉPICODRONE & ETC...
José-Alberto Marques. Casal de Cambra: Oro, 2017.

 

O título é, de certa forma, a exigência duma fórmula que se insira num processo de criação que prossiga o modelo criativo que o autor altera consoante o movimento estagiário, os seus conhecimentos, a sua cultura, a sua colocação no espaço e tempo literários.
No meu caso pessoal, tenho tentado ao longo da vida expor algo de avanço e atualização, consoante os graus de aprendizagem própria. Palavra ingénua, quase cruel, mas espelho do autor.
Deixei que a imaginação me ditasse algo de não mui comum neste tempo. Intentei experimentar a “epicidade”, não sem a contaminar com algo de poética lírica e um certo cunho cultural, um pouco barroco.

 

vida campo

A VIDA NO CAMPO
Joel Neto. Barcarena: Marcador, 2016.

E se a vida pudesse ser mais autêntica?
Consegue imaginar uma vida mais serena, mais barata, mais livre? E, se calhar, mais inteligente?
A vida no campo traz-nos gentes, saberes e sabores ancestrais. Traz-nos a amizade, o amor e a perda também. Traz-nos cães – traz-nos vários cães, como nos traz outros animais. Traz-nos hortas domésticas e flores. Piqueniques, caminhadas a perder de vista e barcos navegando no horizonte. Crepúsculos românticos e dias de frio à lareira.

 

povo

O POVO QUE AINDA CANTA

Tiago Pereira. [Vila Verde]: Tradisom Produções Culturais, D.L. 2016 (livro com 8 DVD’s).

Edição limitada e numerada com a série completa (26 episódios) da RTP 2 O Povo que Ainda Canta e como extra Cancioneiro Musical com filmagens que não foram emitidas na RTP e o roteiro das viagens do realizador Tiago Pereira!
Depois de quatro anos imparáveis em torno da música portuguesa nas suas mais variadas expressões, com mais de um milhar de projetos registados em mais de 2300 vídeos, depois de mais de uma dezena de documentários realizados e de ter vencido um prémio Megafone, de ver um disco editado pela NOS Discos e de manter um programa semanal na Antena 1, o realizador Tiago Pereira traz ao grande público a série documental «O Povo Que Ainda Canta», que depois de ter sido exibida em formato televisivo na RTP2, é agora editada em formato DVD.
A série de 26 episódios, produção da Música Portuguesa A Gostar Dela Própria (MPAGDP), surge na sequência dum trabalho extenso de realização de documentários que mostram várias facetas da música portuguesa através dos seus protagonistas. De Norte a sul do país, Tiago Pereira e a equipa da MPAGDP partilham a criatividade dum povo que não quer ser esquecido. Esta série documental, que é um trabalho de autor, está ligada a um canal de vídeos online que desde há 5 anos divulga práticas expressivas que se mantêm vivas, que não pertencem só ao passado e que têm sido registadas nos contextos onde acontecem, sem encenações.
Mogadouro, Dão-Lafões, Ribatejo, Gouveia, Baixo Minho, Baixo Alentejo, Douro, Porto ou Miranda, sem esquecer os arquipélagos da Madeira e Açores, entre outras regiões, são alguns dos territórios por onde tem passado a MPAGDP e que são agora palco dos episódios de «O Povo Que Ainda Canta», por entre milhares de quilómetros percorridos com o equipamento na bagagem. Com “O Povo que Ainda Canta” começamos a conhecer as vidas de quem se dedica a instrumentos específicos, como as gaitas-de-fole ou os adufes, seja a tocar ou a construí-los, e de quem mantém viva a tradição das danças de matriz rural.

 

demasiado mar

DEMASIADO MAR PARA TANTAS DÚVIDAS
Miguel Miranda. Barcarena: Marcador, 2017.

Um amor tem várias vidas. Caracas é uma cidade a ferro e fogo. A vida de Martingo e Divone também. O sequestro e a morte da filha, Íris, na selva colombiana, constituem um drama que os precipita num labirinto de dor. Martingo é mais duro de sentimentos, reage melhor à perda da filha, Divone vive enclausurada num estado de negação: para ela, a filha está apenas ausente e vai regressar um dia. Toda a sua vida comum acaba por desabar: os negócios, a família, a vida conjugal. Decidem abandonar Caracas e regressar à terra de Martingo, uma aldeia perdida no interior de Portugal, Campo de Víboras - lugar mágico por comportar as memórias de infância e por ser um sítio estranho, onde se passam coisas raras: bichos dentro das pedras, uma montanha que geme, minas de volfrâmio, lobos.
Um romance sobre a dor, a perda, a erosão do amor e a sua tentativa de salvação. Um olhar flamejante sobre a quantidade e a qualidade da vida, do amor e da felicidade. Como os ramos de um flamboyant agitados no vento das palavras. 


ombela

OMBELA: A ORIGEM DAS CHUVAS

Ondjaki; ilustrações de Rachel Caiano. Alfragide: Caminho, 2014.

Nesta estória, Ondjaki aborda o mito da origem das chuvas. 

Esta é a estória da deusa Ombela («chuva» em umbundo), a que aprendeu a fazer chover usando as suas lágrimas.

 


 viste o mar


DESCULPA, POR ACASO VISTE O MAR? 
Alda Serras; ilustrações de Mirjam Siim. Alcochete: Alfarroba, 2016.

E se um dia chegasses à praia e não visses o mar? 

Esta é a história do dia em que o mar desapareceu sem aviso. Ou será que avisou?
Vamos precisar da ajuda do peixe imperador, do caranguejo e da estrela-do-mar para resolver este mistério. A eles juntam-se o rio, o sável e uma criança curiosa. Conseguirá este estranho grupo trazer o mar de volta?

 

arca e

A ARCA DO É: (OU A VERSÃO VEGETARIANA DA ARCA DE NOÉ)
Ana Margarida de Carvalho; ilustrações de Sérgio Marques. Alfragide: Teorema, 2015.

Esta é uma história para os meninos que teimam em não gostar de sopa. No tempo em que os animais falavam havia dois irmãos gémeos que eram na verdade muito diferentes: o NOÉ era sério e carrancudo e o É andava sempre contente. O resmungão do Senhor Noé falava muito de dilúvios e catástrofes e discutia com a bicharada da selva, já o Senhor É gostava de ficar a descansar e a ouvir os legumes da horta a conversarem. Um dia começou a chover torrencialmente e o pessimista do Senhor Noé decidiu construir uma grande arca para abrigar os animais.

O descontraído do Senhor É, quando percebeu que os legumes se estavam a afogar, foi colher os seus amigos à horta. O que se fez quando a água começou a baixar foi uma grande e deliciosa sopa para todos que deixou os animais saciados e bem-dispostos. Já o Senhor Noé, esse, nunca deixou de ser resmungão.


casas

ONDE MORAM AS CASAS
Carla Maia de Almeida; ilustrações Alexandre Esgaio. Alfragide: Caminho, D.L. 2011.


O livro fala dos locais onde vivemos como espelho do que somos, individual ou coletivamente considerados. Se as pessoas moram nas casas, não é menos verdade que as casas moram nas pessoas, e que, longe de ser algo fútil, mundano ou descartável, o que guardamos e o que fazemos das nossas casas é indicativo do caminho que seguimos, enquanto pessoas, no mundo.


detetive

COLEÇÃO DETECTIVE MARAVILHAS
Maria do Rosário Pedreira; ilustrações de Luís Anglin. Lisboa: Verbo.


Colecção juvenil com o formato de aventuras policiais, em que o protagonista descobre sempre uma maneira de ajudar alguém a resolver um problema. Adaptada à televisão.

 

grande

TÃO TÃO GRANDE
Catarina Sobral. Lisboa: Orfeu Negro, 2016.

Da noite para o dia, o Samuel já mal cabia na cama, no quarto e nos sapatos. Pesava 538 quilos, só conseguia ver parte do focinho ao espelho e, o pior de tudo, agora tinha… um bigode! Como podia ele ir assim para a escola? Uma metáfora colorida e bem-humorada do crescimento, com a marca inconfundível da autora/ilustradora Catarina Sobral.

ri

RI O JOAQUIM COM CÓCEGAS ASSIM...

Rui Guedes; ilustrações de José A. Nunes. Leça da Palmeira: Letras & Coisas, 2017.

Eis uma bela história, de um autor que se inicia na edição, Rui Guedes, sobre um problema de atualidade em todas as épocas: o problema da exclusão. A ação decorre em ambiente escolar e fala-nos dum menino 'diferente' que é marginalizado pelos colegas. Um dia, na biblioteca, tem um encontro misterioso com um livro. Esse encontro vai transformar a sua vida e a sua relação com os colegas. Uma bela metáfora sobre o poder mágico das palavras e a sua capacidade de modificar o mundo. A história é ilustrada por José Nunes dentro dum registo surrealista, o que é pouco habitual na literatura para a infância, mas com um resultado surpreendente.


rimas

RIMAS E CASTANHOLAS
José António Franco; ilustrações de Rui Pedro Lourenço. Porto: Trinta Por Uma Linha, 2012.

É uma coletânea de poemas surpreendente, pelo humor da sonoridade, presente em onomatopeias e expressões idiomáticas, e pelo reencontro (novo e satírico) com algumas personagens que povoam o imaginário infantojuvenil (como O Gato das Botas, O Patinho Feio, O Lobo Mau e até O Capuchinho Vermelho). Trata-se, como o título sugere, de rimas carregadas de musicalidade que nos convidam a trautear os versos e a ensaiar alguns ritmos de dança.

O colorido e a criatividade, presentes nas ilustrações de Rui Pedro Lourenço, harmonizam-se na perfeição com os versos, constituindo uma unidade que desafia à leitura e à diversão.

 


2016

jogo janelas

JOGO DE JANELAS
Francisco Ceia. Lisboa: Colibri, 2013.


… E o búzio que repousa de tanta viagem, pára… sereno e prazenteiro, Ancestral voz… guardadora de sinfónicas cadências, do mar inteiro, A contemplar, dos relevos de paz da sua cordilheira de velhos anéis, As figuras que flutuam no quadro aceso… lembrando frágeis batéis, Pedaços de vidas emergindo a desafiar-me, e que, densas aguarelas, Se vão desdobrando como num espelho em colorido jogo de janelas…


coro defuntos

O CORO DOS DEFUNTOS
António Tavares. Alfragide: Leya, 2015.

Prémio LeYa 2015. Um belíssimo retrato do mundo rural português entre 1968 e 1974. Vivem-se tempos de grandes avanços e convulsões: os estudantes manifestam-se nas ruas de Paris e, em Memphis, é assassinado o negro que tinha um sonho; transplanta-se um coração humano e o homem pisa a Lua; somam-se as baixas americanas no Vietname e a inseminação artificial dá os primeiros passos. Porém, na pequena aldeia onde decorre a acção deste romance, os habitantes, profundamente ligados à natureza, preocupam-se sobretudo com a falta de chuva e as colheitas, a praga do míldio e a vindima; e na taberna – espécie de divã freudiano do lugar – é disso que falam, até porque os jornais que ali chegam são apenas os que embrulham as bogas do Júlio Peixeiro. E, mesmo assim, passam-se por ali coisas muito estranhas: uma velha prostituta é estrangulada, o suposto assassino some-se dentro de um penedo, a rapariga casta que coleciona santinhos sofre uma inesperada metamorfose, e a parteira, que também é bruxa, sonha com o ditador a cair da cadeira e vê crescer-lhe, qual hematoma, um enorme cravo vermelho dentro da cabeça. Quando aparece o primeiro televisor, as gentes assistem a transformações que nem sempre conseguem interpretar...


caderno

CADERNO DE ABRANTES

Eduardo Salavisa. Abrantes: Câmara Municipal, 2016.

O livro “Caderno de Abrantes” reúne os registos gráficos dos espaços, vivências, tradições e pessoas com que Eduardo Salavisa se cruzou em 2015 durante a residência artística na cidade, realizada em simultâneo com a exposição individual.


narrativy


NARRATIVYLÍRICA
José-Alberto Marques. Casal de Cambra: Oro, D.L. 2015.

O candidato a presidente da república é assassinado, após exercer o seu direito de voto. O filho segue uma carreira política, de presidente de câmara a deputado, enquanto tenta desvendar o mistério do pai, mas não consegue os seus intentos. No “corpus” literário as personagens principais são variadas. Desde o Cónego que ama Deus e as mulheres, o Coronel, militar de várias patentes, consoante o momento, casa rica, vários amigos, bom vivant, viajado, conhecedor de atores e atrizes estrangeiras, também pai de deputado, dá festas, afinal, com o dinheiro da mulher. Nunca foi militar. Destaca-se também, Celínea, pretensa namorada de Albano, rica, médica, poetisa, prostituta, amante da obra de Schubert, descobre-o também como escritor em Paris onde vai viver, exercendo a sua verdadeira profissão, com “Tête de Vache”, que morre em sua defesa. A mulher do candidato enlouquece e brinca na praia como criança.

Afinal, o candidato… Deixo ao leitor o prazer de o encontrar no último capítulo. Importante: Este romance é preenchido com textos em itálico, como se o leitor, por vezes sem desviar os olhos, escutasse uma poética musical que integra o sentido e a escrita, a performance do romance.


indias

ÍNDIAS
João Morgado. Lisboa: Clube do Autor, 2016.

Pêro da Covilhã rumou às Índias por terra, mas não regressou. Vasco da Gama chegou até lá por mar e regressou para receber todas as mordomias. D. Manuel I determinou que este seria então o capitão-mor de todas as armadas que partissem do reino em direcção às Índias. Porém, logo na primeira armada, a maior, a mais lustrosa, o seu nome foi afastado e a glória coube a Pedro Álvares Cabral.

Porquê? Porque era odiado pela Igreja, pelos nobres, pelos comerciantes, pela Ordem Militar da Cruz Cristo e pela Ordem de Santiago? Porque era odiado por todos e tinha a admiração de D. Manuel I? Para encontrar a resposta que os livros de história esqueceram, vamos revisitar a vida de Vasco da Gama, a sua personalidade, as suas relações, os seus ódios e a sua ligação ao rei D. Manuel I. Poderemos julgar um homem à distância de quinhentos anos?


terceira miseria


A TERCEIRA MISÉRIA
Hélia Correia. Lisboa: Relógio D' Água, 2012.


«O regresso de Hélia Correia à poesia é um regresso à memória e aos clássicos. É isso que explica o título deste longo poema dividido em 32 secções: “A terceira miséria é esta, a de hoje. / A de quem já não ouve nem pergunta. / A de quem não recorda”. [A] paixão pela Grécia, desde há muito

presente na obra de Hélia Correia, desagua agora neste livro de poesia, onde a Grécia clássica surge como farol e como impossibilidade: «Para onde olharemos? Para quem? / Certo é que Atenas se mantém oculta / E de algum modo intacta, por debaixo / Do alcatrão, do ferro retorcido. / Certo
é que nunca ressuscitará / Visto que nada ressuscita.”».
Carlos Vaz Marques, TSF


antonio silva

ANTÓNIO AUGUSTO DA SILVA MARTINS: O MAIS COMPLETO ATLETA PORTUGUÊS DE TODOS OS TEMPOS
Inês Maria Jardim Gentil Martins; colab. António Gentil Martins. Lisboa: Chiado Editora, 2016.


É clássico afirmar que, se não recordarmos a história, nos arriscamos a cometer sempre os mesmos erros. Num sentido idêntico, é bem verdade que se não recordarmos os bons exemplos (mesmo de há muitos anos, mas reais e verdadeiros) eles não poderão ajudar-nos a melhorar o nosso presente, melhorando-nos como seres humanos.

António Augusto da Silva Martins, bateu o seu primeiro recorde nacional há mais de 100 anos e foi olímpico há mais de 90. Os seus triunfos desportivos inultrapassáveis, incluindo um campeonato do mundo, talvez não fossem tão importantes, se ao mesmo tempo que, além de médico-cirurgião, investigador, artista, patriota e marido e pai exemplar, não fosse uma alma de eleição, tolerante, sensível ao sofrimento dos outros, solidário e respeitador dos Direitos Humanos, não se lhe conhecendo inimigos.
Como afirmado nos textos então publicados, “António Martins era excecional pelo admirável conjunto das suas virtudes. O País perdia nele um dos seus mais lídimos cidadãos e o desporto nacional o seu mais categorizado representante”. “Era um tipo de Português às direitas, alma aberta aos grandes ideais” “exemplo deslumbrador da energia física e da perfeição moral” “Médico carinhoso, de coração aberto a todas as dores físicas e morais, pronto a socorre-las sem pensar na retribuição”.
Consideramos ser fundamental recordar os bons exemplos às novas gerações, por vezes tão carentes de valores, numa Sociedade dominada pela ambição do poder e do dinheiro, esquecida dos outros, e que menospreza a família, base de qualquer Comunidade humana válida.
A Secretaria de Estado da Juventude e Desportos, através do seu Instituto Português dos Desportos e Juventude, o IPDJ, teve a clarividência de (à semelhança do que acontecera em 1930 com o livro de homenagem então publicado e distribuído por indicação do então Ministro da Guerra, a todas as Unidades Militares), promover esta edição, que se espera sirva de exemplo e modelo, para muitos daqueles que hoje constituem a sociedade do futuro.

 

india amor

DA ÍNDIA COM AMOR

Júlia Nery. Lisboa: Sextante, 2012.

Da Índia, com amor dá-nos as cores, formas, luz e sombras das figuras, ambientes e emoções de um vasto painel da presença dos portugueses em Goa, na época da sua afirmação no Oriente. Com Joana e Violante, órfãs d’el-rei, viajamos na Carreira da Índia. Joana nos fará testemunhas da sua viagem interior, por dentro da saudade, amor e aventuras, dúvidas de si e da sua fé, abalada pelo confronto com outra cultura, até ao momento em que, naufragada, despojada, perdida em terras de cafres, ouvimos as últimas palavras da sua narrativa: sei quem sou. A narração do futuro caberá a outros.


historia abrantes

HISTÓRIA BREVE DE ABRANTES
José Eduardo Alves Jana. Abrantes: Alves Jana Unipessoal, 2016.

A História de Abrantes, desde a pré-história mais remota até ao ano do centenário. 

 

ladrao casa

O LADRÃO DA CASA DA MÚSICA

Manuela Ribeiro; ilustrações de Carmo Van Damme. Leiria: Textiverso, 2016.

Integrados num programa de intercâmbio com uma escola do Porto, o Miguel, o Ricardo e os gémeos que os acolheram durante aqueles dias vão participando com entusiasmo em todas as atividades até ao momento em que, para tentarem apanhar um carteirista, decidem começar a agir por conta própria. 


 professora olhos


A PROFESSORA DOS OLHOS TRISTES 
Nazaré Lobato; ilustrações de Zeca Cintra. Lisboa: Chiado Editora, 2015.

Esta aventura desenrola-se entre uma pequena cidade e um Bosque Mágico onde a Fada das Camélias, com os seus amigos animais a ajudam a praticar o bem e a proteger de quem quer fazer o mal. A professora dos olhos tristes, porque não tinha meninos a quem contar histórias, encontrou alguém deste bosque que a ajudou a ter olhos sorridentes... 

É uma história linda, com algumas peripécias... mas onde existe muita alegria, amizade e partilha.


barbatanar

BARBATANAR NAS CORES DO ARCO-ÍRIS
Carlos Canhoto; ilustrações de Marc. Coimbra: Grácio Editor, 2010.

Diferente, mas contente, Flu é a heroína desta estória mágica. A sua curiosidade infinita leva-a querer tocar nas cores do arco-íris. Na capa, a genialidade do título, a frescura da colorida ilustração cativa-nos e desafia-nos a abrir, folhear e ler as aventuras que ali se escondem. Afinal, o que significará esta nova palavra?

Poderemos também nós, leitores, Barbatanar nas cores do arco iris? Qual será a cor da amizade? E do amor? Mas Flu não barbatana sozinha, todas as personagens que a rodeiam têm a sua função, ora guiando-a pelos cantos e recantos daquelas águas, ora acompanhando-a nas suas
barbatanagens.
À medida que explora e explica o ambiente dos rios e dos seus pequenos habitantes, o autor procura fazer emergir uma panóplia de valores, como a amizade, a tolerância da diferença e o respeito pela natureza, tão esquecidos pelo homem, mas essenciais, mesmo à vida de um peixinho. É então, no desaguar das águas desta estória que encontramos o lago dos sonhos por concretizar.

 

conta

CONTA
Cidália Fernandes; ilustrações de Márcia Meira. Vila Nova de Famalicão: Editorial Novembro, 2016.


É a história de um neto e de um avô.

Quando não tinha mais histórias para contar, o avô foi procurá-las.
Infelizmente, não conseguiu encontrar ninguém que lhe contasse uma
história diferente. O que fazer? De regresso a casa, percebeu que o amor
que os unia podia transformá-los em inventores de novas histórias.


gato

GATO PROCURA-SE
Ana Saldanha; ilustrações de Yara Kono. Alfragide: Caminho, D.L. 2015.


O que terá acontecido ao gato?

O gato, na realidade, morreu.
Esta é uma bela história que pode muito bem servir para contar às
crianças, de uma forma sensível, o problema da morte.


animais

ANIMAIS & C.ª
Ana Saldanha; ilustrações de Fernando Oliveira. Alfragide: Caminho, 2011.

Que tal um fim-de-semana de campismo por terras do Ribatejo, com touros, cavalos e mais alguma bicharada? 

Vai com a Cláudia. Ela e os amigos estão como sempre à tua espera. Não faltes!

 


2015

dicionario palavras

DICIONÁRIO DAS PALAVRAS SONHADORAS
António Mota; ilustrações de Sebastião Peixoto. Alfragide: ASA II, 2015.

É numa insuspeita viagem de comboio que António Mota encontra a inspiração para este pequeno grande dicionário, recheado de palavras que fazem voar a imaginação. Depois de muito procurar e guardar, muito pensar e escolher, o autor dá por concluído o trabalho. Mas o teu… não! É a tua vez de descobrires as tuas próprias palavras sonhadoras!

 

dois dedos

DOIS DEDOS DE CONVERSA
Carmen Zita Ferreira; ilustrações de Sara Cunha. [Porto]: Tropelias & Companhia, 2013.

Poemas alinhavados por Carmen Zita Ferreira e desenhados, cosidos e ilustrados por Sara Cunha, em Dois dedos de conversa cabem gatos, mochos, cães, tigres, melros e corvos, afetos de mãe, ensinamentos de tia, sonhos traçados pelo mar e pelo ar, estrelas do passado e projetos para o futuro. É um livro de poesia para a ser lido em alta voz, sussurrado ao ouvido, cantado em uníssono ou entoado a várias vozes a e com as crianças, proporcionando momentos de fruição partilhada. As suas ilustrações foram distinguidas com o Children’s Book Merit.

 

bicho sete

O BICHO DE SETE CABEÇAS: HISTÓRIA DE UMA ELEIÇÃO DEMOCRÁTICA
Carmen Zita Ferreira; ilustrações de Sandra Serra. Porto: Trinta por uma Linha, 2012.

É um livro recomendado pelo Plano Nacional de Leitura, para apoio a projetos relacionados com cidadania para os 3º, 4º, 5º e 6º anos de escolaridade. Segundo Eduardo Marçal Grilo, no posfácio, "Esta história […] é uma dessas que nos encanta e que ainda nos ensina como é importante ser bom, justo, humilde, determinado, honrado, sabedor e imparcial".

 

justo alice

NÃO É JUSTO, ALICE!
Joana Ramos; ilustrações de Joana Raimundo. Alcobaça: Escafandro, 2015.

Não é justo, Alice! é um livro recomendado para crianças dos 3 aos 6 anos e aborda as temáticas da família e da justiça. Ilustrado por Joana Raimundo, uma das figuras mais promissoras da ilustração nacional, é uma obra recomendada pelo Instituto do Desenvolvimento e Estimulação do Potencial Humano que retrata de forma simples e objetiva os pensamentos e sentimentos de uma criança quando sente que cometeu uma injustiça.

 

se eu fosse um livro

SE EU FOSSE UM LIVRO
José Jorge Letria; ilustrações de André Letria. Lisboa: Pato Lógico, 2014.

O livro dos livros! Quem, de entre os apaixonados pelos livros, nunca sentiu que o mundo se transforma à sua volta por influência do que está a ler? "Se Eu Fosse Um Livro" fala desse objeto mágico e cativante que pode mudar uma vida.

 

olhar alma

O OLHAR E A ALMA: ROMANCE DE MODIGLIANI
Cristina Carvalho. Lisboa: Planeta, 2015.

Alguém comparou a mulher que se viu voar maquela manhã da janela de um quinto andar de Paris a um anjo. Mas não era um anjo, era Jeanne: Jeanne Hébuterne, a menina-viúva, grávida de nove meses, de um dos artistas mais desprezados em vida e mitificados na morte que o século XX viu surgir – Amedeo Modigliani. Diz-se que no funeral de Modigliani, para além de artistas, amigos e população dos bairros boémios de Paris, abundavam os marchands, fazendo ofertas pelas obras que o pintor, que dependera da bondade de amigos para a sobrevivência básica, nunca conseguira vender. Tinha 35 anos e estava gasto.



agua casas

ÁGUA DAS CASAS: MEMÓRIAS DE UMA COMUNIDADE
José Martinho Gaspar. Água das Casas: Centro Social, Cultural, Recreativo e Desportivo de Água das Casas, 2015.

Água das Casas, no extremo norte do concelho de Abrantes é um pequeno núcleo urbano que com a construção da Barragem de Castelo de Bode, em 1951, e consequente subida das águas, se transformou numa pequena península.
Sobre uma aldeia com ligação umbilical à água, da ribeira do Codes, da albufeira ou das levadas de rega, em torno destes elementos se formou um povoado que durante décadas se manteve bastante fechado, encontrando na organização comunitária a resposta às suas dificuldades. Aborda-se a vida quotidiana, as práticas de sociabilidade e as tradições festivas, o processo associativo desde há 40 anos e também a estrutura das famílias e de como se cruzaram, até meados do século XX.



principio noite

O PRINCÍPIO DA NOITE

Tiago Patrício. Lisboa: Gradiva, 2015.

"O princípio da noite" deixa antever a ameaça que paira nos bairros de emigrantes da Europa. Transmite o som aterrador das botas cardadas pelas ruas, à espera de tomarem as praças principais, mas também desce ao Norte de África através da linha de separação entre norte e sul, onde se escuta a chamada para a oração e se sente a asfixia dos habitantes condenados a viver entre a bigorna dos grupos religiosos e o martelo dos generais.
É um romance com sete adolescentes, em que por vezes parece que o mundo pode desabar de um momento para o outro e em que amizades que pareciam inquebráveis se desfazem. As ações das personagens Artur, Vera, Sara, Fran, Cátia, Mónica e Teo são condicionadas pelos pensamentos, palavras, atos e omissões de cada um.



medecina narrativa

MEDICINA NARRATIVA: ALICE NO PAÍS DOS PROVÉRBIOS
José Falcão Tavares. Algés: Euromédice, 2015.

Cada doente possui uma história para contar. Foi o que descobriu Alice, uma médica tarefeira do Centro de Saúde, quando escutou aquele casal de idosos. Chamou-lhes provérbios, mas eram diatribes, tiradas ao desafio entre homem e mulher. Que importância terá isso? São pretextos para os doentes e os médicos se encontrarem e se conhecerem, sabendo, como ensinou Elliott Mishler, que uns e outros possuem mundos distintos, cada um com a sua linguagem própria. Quando os doentes conhecem o diagnóstico da sua doença, entram subitamente num país estrangeiro em que são obrigados a entender e a falar outra língua diferente da sua, o jargão médico, tal como a pequena Alice Lidell fez, quando abriu a porta de um jardim onde nunca tinha estado. Este é o primeiro livro escrito por um médico português na área da Medicina Narrativa. 


fotografo rapariga

O FOTÓGRAFO E A RAPARIGA

Mário Cláudio. Alfragide: Dom Quixote, 2015.

Com O Fotógrafo e a Rapariga, conclui Mário Cláudio uma trilogia dedicada às relações entre pessoas de idades muito diferentes, iniciada em 2008 com Boa Noite, Senhor Soares - que recria o microcosmo do Livro do Desassossego, trazendo para a cena um aprendiz que trabalha no mesmo escritório de Bernardo Soares - e continuada em 2014 com Retrato de Rapaz - fascinante relato da vida atribulada de um discípulo no estúdio do grande Leonardo da Vinci. No presente volume, os protagonistas são o britânico Charles Dodgson, que se celebrizou com o pseudónimo Lewis Carroll com que assinou, entre outros, o clássico Alice no País de Maravilhas, e Alice Lidell, a rapariga que o inspirou, posando provocadoramente para os seus retratos e alimentando as suas fantasias. 

 
 os malaquias


Os Malaquias 
Andréa Del Fuego. Porto: Porto Editora, 2012.

Serra Morena. Um raio esturrica o casal, em luz e carne. Os filhos ficam órfãos, com destinos diferentes. Antônio, o menino que não cresce. Nico, o patriarca engolido por um bule de café. Júlia, a menina em fuga permanente. Um lugar onde as sombras da terra e da água convivem. Onde a morte e a vida são o mesmo mundo. Um poema seco à humanidade de cada um de nós. Uma escrita áspera mas poética, desenhada com a vertigem das memórias da família Malaquias, e que evolui como tributo pessoal da autora aos seus antepassados. Transcendental e mágico, este romance do insólito revela-se uma leitura para o coração. Um livro forte, aclamado, invulgar. Vencedora do Prémio Literário José Saramago 2011. Finalista do Prémio São Paulo de Literatura e do Prémio Jabuti, na categoria romance, ambos em 2011.



desamparo

DESAMPARO
Inês Pedrosa. Alfragide: Dom Quixote, 2015.

A saga de uma mulher, Jacinta Sousa, que foi levada do colo da mãe para o Brasil aos três anos e regressa para a conhecer mais de cinquenta anos depois é o ponto de partida deste extraordinário romance de Inês Pedrosa. "No Brasil eu sempre fui a Portuguesa; em Portugal, passei a ser a Brasileira". Numa escrita inteligente, límpida e plena de humor, a autora cria um universo singular, uma aldeia em que se cruzam personagens e histórias de vários continentes. Emigrações e imigrações de ontem e de hoje, seres solitários e escorraçados que procuram novas formas de vida, enquanto tentam sobreviver à maior depressão económica das últimas décadas. O amor, a traição, o poder, a inveja, o ciúme, a amizade, o crime, o medo, a vingança e sobretudo a morte atravessam este livro que faz a radiografia do Portugal contemporâneo, num enredo cheio de força e originalidade.


nove mil passos

NOVE MIL PASSOS
Pedro Almeida Vieira. Lisboa: Planeta, 2014.


O narrador está morto, é o seu espírito que narra, num tom cheio de humor, as peripécias que o seu ser imaterial vai acompanhando.
Aqui saberás, leitor, da história fabulosa de um rio de pedra ambicionado por séculos para dessedentar uma cidade. Tanto tempo se precisou que a conhecerás pela voz de Francisco d’Ollanda, o genial visionário da Renascença que o planeou, mas não o viu nascer em tempo da sua vida. E que por isso agora a conta em espírito, para que saibas com que obreiros e pantomineiros se fez um aqueduto.
Aqui verás, escorrendo ao longo das páginas, uma história paradigmática do nosso Portugal, em que a argamassa usada para erguer o Aqueduto das Águas Livres se mistura com traições e paixões, trafulhices e beatices, heresias e ortodoxias.
Enfim, aqui conhecerás, caro leitor, o retrato de um país – então sob domínio de um rei magnânimo e despesista – que ainda hoje dura e perdura, tal como o Aqueduto, apesar de tudo...


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ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ABRANTES
Joel Sabino. Abrantes: Associação dos Antigos Alunos da EICA, 2014.


Analisar a problemática das relações entre a Escola Industrial e Comercial de Abrantes, a respetiva região e o panorama educativo e social do país, durante o período compreendido entre 1953 e 1979, constitui o tema primordial desta obra, tarefa que obriga a conhecer-se melhor a estrutura do projeto que, então, levou o Estado Novo a fomentar o desenvolvimento do ensino técnico em Portugal e de cujo ímpeto nasceu a EICA. Mas, com este trabalho – que não quis fugir a uma intenção memorial -, também se visa combater amnésias consciente ou inconscientemente cultivadas, ao mesmo tempo que se tem a pretensão de dar um pequeno contributo para um melhor conhecimento de Abrantes num dos períodos mais ativos da sua história.

 

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DE ABRIL À TROIKA
Joaquim Vieira. Lisboa: Objectiva, D.L. 2014.

No estilo simples, analítico e crítico que lhe é particular, Joaquim Vieira, jornalista de renome e com larga experiência em ensaio de divulgação histórica, faz o retrato dos 40 anos de democracia em Portugal: começando no momento eufórico da revolução e na conturbada consolidação democrática; passando pela euforia de adesão à União Europeia e pelo acelerado desenvolvimento; terminando na célebre intervenção da Troika no país, momento definidor (e arrasador) para diferentes gerações de pessoas.
Da euforia à depressão, o país viveu nestes 40 anos alguns dos momentos mais importantes da sua História. Desalentado, no limiar da sobrevivência, o país precisa agora de se reinventar. Um documento fundamental para a História contemporânea de Portugal. 


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O ÚLTIMO EUROPEU
Miguel Real. Alfragide: Dom Quixote, 2015.


Em 2284 a Europa é maioritariamente composta por Baldios governados por clãs guerreiros que escravizam as populações esfomeadas; subsiste, porém, um território isolado por um cordão de segurança, com uma sociedade que, por via da ciência e da tecnologia, atingiu um nível altíssimo de felicidade individual, pois todos os desejos podem ser consumados, ainda que apenas mentalmente. Nesta Nova Europa, as relações sexuais são livres e não se destinam à procriação: as crianças, desconhecendo os pais, nascem nos Criatórios em placentas sintéticas e seguem para Colégios onde, sem a ajuda de livros, androides especializados incrementam as suas competências como futuros Cidadãos Dourados. As famílias reúnem-se por afinidades, ninguém trabalha e nem sequer existem nomes, para que ninguém se distinga, já que todas as conquistas se fazem em nome da comunidade. Mas este mundo aparentemente perfeito sofre uma inesperada ameaça: a Grande Ásia, lutando com graves problemas de demografia, acaba de invadir a Europa... Um velho Reitor, estudioso do passado, é chamado a liderar uma equipa que possa refundar algures a Nova Europa e a deixar testemunho da sua História.
Vinte e cinco anos depois da queda do Muro de Berlim, Miguel Real constrói uma utopia sublime no contexto de um novo paradigma civilizacional, revelando o seu talento de escritor e filósofo e, ao mesmo tempo, chamando a atenção para o esgotamento da Europa atual.


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DIÁRIO DE VIAGEM EM CABO VERDE = CAPE VERDEAN SKETCHBOOK
Desenhos e texto Eduardo Salavisa; ensaio Ruth Rosengarten.Lisboa: Quimera, cop. 2011.


«Estes desenhos foram feitos num caderno, durante nove semanas, onde visitei as nove ilhas (habitadas) que constituem o Arquipélago de Cabo-Verde. Todos eles me recordam, de uma maneira muito intensa, os momentos que aí passei.
O arquitecto Le Corbusier chamou “cadernos de procura paciente”, pondo a ênfase no desenho de observação. Há quem também chame “laboratório portátil”, atribuindo um carácter experimental ao desenho feito nestes cadernos. Quem os faz em viagem chama-lhes “diários de viagem”.»


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URBAN SKETCHERS EM LISBOA DESENHANDO A CIDADE = URBAN SKETCHERS IN LISBON DRAWING THE CITY
Urban Sketchers; coord. ed. Eduardo Salavisa. Lisboa: Quimera, D.L. 2011.


Cerca de duzentas pessoas de mais de vinte países encontraram-se em Lisboa com o único intuito de desenharem e falarem sobre desenho. Dezoito espaços no Chiado e zonas envolventes foram objeto da observação e do registo por parte dessas pessoas, que usam regularmente o caderno como suporte para este tipo de desenho. Este livro pretende transmitir a um público vasto, que desenha e/ou que se interessa por desenho, as proposta feitas por desenhadores credenciados e alguns dos resultados que tiveram como cenário zonas históricas e emblemáticas da cidade de Lisboa.


2014

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O RETRATO DA MÃE DE HITLER
Domingos Amaral. Alfragide: Casa das Letras, 2013.


Lisboa 1945.
Jack Gil Mascarenhas Deane já não trabalha para os serviços secretos ingleses, pois a guerra acabou, mas a chegada do seu pai a Lisboa vai alterar a sua vida. O pai é um colecionador de tesouros nazis e vai obrigar Jack Gil a ajudá-lo na sua demanda pelos valiosos artefactos, que muitos nazis, como Manfred, tentam vender em Lisboa, antes de fugirem para a América do Sul.
Dividido entre o desejo de ajudar o pai e o desejo de partir de Lisboa, Jack Gil está também dividido nos seus amores, pois embora esteja apaixonado por Luisinha, uma portuguesa que adora cinema e acredita na democracia, fica perturbado pelo regresso de Alice, o seu amor antigo, uma mulher duvidosa, misteriosa mas entusiasmante, que fora a sua paixão de uns anos antes e que desaparecera certa noite da sua vida.


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OS RAPAZES DOS TANQUES
Alfredo Cunha, Adelino Gomes. Porto: Porto Editora, 2014.


Os Rapazes dos Tanques oferece-nos imagens e testemunhos exclusivos dos homens que estiveram frente a frente no Terreiro do Paço e no Carmo, no dia 25 de Abril de 1974. As fotografias de Alfredo Cunha e as entrevistas conduzidas por Adelino Gomes levam-nos a (re)viver aquelas horas e a percebermos as dúvidas, os receios, a ansiedade, a tensão, a esperança, as alegrias vividas por cidadãos que, depois desse dia, regressaram, na maior parte dos casos, ao anonimato. E a conhecer, também, o olhar que esses homens têm sobre o país quarenta anos depois.
Este livro dá voz, pela primeira vez, a furriéis e cabos que não obedeceram às ordens de fogo do brigadeiro comandante das forças fiéis ao regime - um ato de justiça aos que estando, numa primeira fase, na defesa do regime – incluindo um furriel de Abrantes - arriscaram a vida e souberam estar à altura do desafio.
Os Rapazes dos Tanques é uma homenagem aos homens da Cavalaria que acabaram com 48 anos de ditadura, em especial, ao capitão Salgueiro Maia.

 

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PADEIRA DE ALJUBARROTA
Maria João Lopo de Carvalho. Alfragide: Oficina do Livro, 2013.


Muitas histórias correram sobre a humilde mulher que, em 1385, numa aldeia perto de Alcobaça, pôs a sua extrema força e valentia ao serviço da causa nacional, ajudando assim a assegurar a independência do reino, então seriamente ameaçada por Castela. É nos seus lendários feitos e peripécias, contados e acrescentados ao longo dos tempos, que se baseia este romance, onde as intrigas da corte e os tímidos passos da rainha-infanta D. Beatriz de Portugal, se cruzam com os caminhos da prodigiosa padeira de Aljubarrota, Brites de Almeida, símbolo máximo da resiliência e bravura de todo um povo.


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ÁLVARO CUNHAL: FOTOBIOGRAFIA
Comissão das Comemorações do Centenário de Álvaro Cunhal. Lisboa: «Avante!», imp. 2013.


A Fotobiografia de Álvaro Cunhal procura dar expressão a momentos significativos da sua vida, pensamento e luta. A obra contempla ainda um tratamento diferenciado da sua criação literária e plástica e dá um destacado relevo aos traços mais marcantes da sua conceção e práticas políticas.
Constituída por 860 imagens (600 fotografias e 260 documentos, gravuras e ilustrações), grande parte das quais (incluindo desenhos) inéditas, legendadas e ligadas por um texto que faz uma síntese introdutória a cada um dos dez capítulos que percorrem os grandes momentos da sua vida e intervenção, da história do PCP, de Portugal e do mundo, entre 1913 e 2005, com reflexos na atualidade e projeção no futuro.


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O IMPÉRIO DOS HOMENS BONS
Tiago Rebelo. Alfragide: Asa, 2013.

Em 1847, na pequena vila de Inhambane, um punhado de famílias esquecidas pela coroa portuguesa luta heroicamente para impor uma nova civilização em território africano.
Acabado de se ordenar em Lisboa, o jovem padre Joaquim Santa Rita Montanha é enviado para Moçambique com a sagrada missão de prestar apoio espiritual aos europeus e evangelizar os indígenas. O seu sonho de realizar uma obra que fique para a história depara-se com dificuldades que parecem insuperáveis. Mas, apesar de todos os obstáculos, o padre Montanha nunca desiste dos seus objetivos ambiciosos e, em breve, torna-se o pilar desta pequena sociedade branca rodeada por milhares de guerreiros de tribos hostis.
Personagem complexa, o padre Montanha é um fervoroso homem de Deus que goza de invulgar prestígio mas não abdica de uma paixão arrebatada pela escrava Leonor, com quem vive um amor proibido. É, sobretudo, o explorador que não hesita em enfrentar perigos imensos para concretizar uma viagem aos holandeses no interior do sertão e, assim, inaugurar as relações diplomáticas entre o reino de Portugal e os fundadores da futura República Sul-Africana.
Tal como o tenente Montanha, personagem inesquecível do seu anterior romance O Tempo dos Amores Perfeitos, o padre Montanha é antepassado do autor. O Império dos Homens Bons é resultado de uma minuciosa pesquisa sobre a vida deste homem singular e a recriação histórica de uma época de grande romantismo em África. Trata-se de um retrato de época brilhante e de enorme talento. 

 
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BIBLIOTECAPESSOAL
José-Alberto Marques. Lisboa: Chiado Editora, 2014.


Ó Inteligentes, é literatura!
BibliotecapessoaL começa no título que apela a referências, não só as mais evidentes.
Prossigo a linha diacrónica e assumo o experimentalismo com uma visão pessoal e renovada.
Pressenti a Literatura Ergódica antes de conhecê-la.
Saúdo nomes, heterónimos, a esfera da morte no mótu contínuo, na feira contra os microfones. E «os» espaços que dominam a leitura soturna do pró-evidente.
Eu assino este livro contra.
Estou farto de páginas inúteis.
José-Alberto Marques


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MINHA QUERIDA INÊS
Margarida Rebelo Pinto. Lisboa: Clube do Autor, 2014.

Os últimos dias da maior heroína romântica de Portugal. Uma história apaixonante, envolvente e perturbadora. Nunca haverá outro amor assim.
Minha Querida Inês é fruto de investigação histórica misturada com a paixão de Margarida Rebelo Pinto por mulheres fortes, cuja presença sempre foi uma constante nas suas obras. A Inês aqui retratada é uma mulher corajosa e apaixonada que fala sem pudor da sua vida íntima e da sua visão do amor, da família, de deus e do mundo.
Inês morre por amor. Se foi " a ruça que queria roubar o reino", ou apenas vítima de uma intriga política, nunca saberemos. A Inês que aqui fica é uma mulher inteira, de carne e osso, com cabeça, coração e estômago, que sente e que pensa à frente da sua época e, por isso mesmo, sábia e intemporal.

 


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O VESTIDO COR DE PÊSSEGO
R. A. Stival. Lisboa: Planeta, 2014.


O general Amadeus Barnard, da Cavalaria Ligeira da Grande Armée de Napoleão, tinha um título de nascimento. Propriedades. Uma biblioteca preciosa. Era um herói nacional. Bonito como o diabo.
Adeline Boissinot só tinha dois vestidos. Não: apenas um vestido - o que trouxera no corpo quando rumara até Paris, atrás de um sonho que nunca se realizaria... O outro, o vestido castanho que usava durante o dia e fora adaptado ao seu corpo delicado, era o vestido da criadagem.
E ele era o seu patrão.


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O MEU VIZINHO É UM CÃO
Isabel Minhós Martins; ilustrações Madalena Matoso. Oeiras: Planeta Tangerina, 2008.


Esta é uma história sobre vizinhos e relações de vizinhança.
Sobre expectativas e preconceitos. Sobre a imagem que temos de nós próprios e sobre a descoberta do outro.
Sobre as pequenas e grandes diferenças que nos separam e sobre o modo como nos podemos abrir ou não ao mundo. Sobre o mundo como um lugar em transformação: global, complexo, rico e, por vezes, de difícil gestão.
Sobre territórios e fronteiras, sobre espaços e identidades.
Sobre esta aventura que é vivermos paredes meias com outras pessoas... sobre vizinhos, portanto.
“O Meu Vizinho é um Cão” conta-nos como a vida de uma menina, que morava num prédio onde “quase nada acontecia”, se transforma com a chegada de novos vizinhos – criaturas animais e à primeira vista bizarras, que vão afinal mostrar-se simpáticas e disponíveis para estabelecer laços com aqueles que as rodeiam.
Para esta menina – que, lemos nas entrelinhas, tem uns pais pouco recetivos à diferença –, toda a vida se modifica: com estes amigos constrói novos hábitos e rituais, com eles se diverte, de manhã até à noite.


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CORAÇÃO DE MÃE
Bernardo Carvalho; ilustrações Isabel Minhós Martins. Oeiras: Planeta Tangerina, 2008.


Os cardiologistas e outros cientistas fizeram por estes dias uma descoberta que veio espantar o mundo. Ao observarem, ao detalhe, um coração de mãe descobriram que este órgão não é apenas um músculo que bate sem parar... mas sim um lugar mágico onde acontecem as mais extraordinárias das coisas.
Mas como?
Os cientistas descobriram que o coração de mãe está ligado a cada coração de filho por um fio fininho, quase invisível. E é por causa desse fio que tudo o que acontece aos filhos faz acontecer alguma coisa no coração de mãe. Querem ver?
“Quando os filhos dão gargalhadas,
o coração de mãe até canta.
Quando um filho está triste,
o coração de mãe parte-se em mil bocadinhos.
Quando um filho fica doente,
o coração de mãe fica às pintinhas (e muito mais pequenino…).
Mas o coração de mãe volta a crescer
quando um filho se sente finalmente melhor!”


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COLEÇÃO AMARGUINHA
Tiago Rebelo; ilustrações Danuta Wojciechowska. Editorial Presença.


Com textos de Tiago Rebelo e ilustrações de Danuta Wojciechowska nasceu a Amarguinha, uma menina que não gostava de doces, cujas aventuras irão fazer as delícias dos mais pequenos.
Esta coleção, iniciada em 2002, conta já com quatro títulos: Amarguinha, Amarguinha tem um irmão, Amarguinha e a peça de teatro e Amarguinha: a história do anjo da guarda.


2013

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SAFIRA: E A LUTA CONTRA O CANCRO
Patrícia Fonseca. Alfragide: Asa, 2012.


Esta é a história de Safira - uma menina a quem, aos quatro anos de idade, foi diagnosticado um tumor de Wilms, um tipo de cancro no rim tão raro quanto agressivo - e da luta dos seus pais, que correram o mundo em busca de uma terapêutica alternativa para a curar. Eles recusaram prosseguir o tratamento que, à partida, lhes era apresentado como a única salvação para a filha: a quimioterapia. E para isso tiveram de enfrentar não só o corpo clínico do Instituto Português de Oncologia como o Tribunal de Menores, num processo legal sem paralelo no nosso país. A história de Safira tem ingredientes únicos e levanta questões muito pertinentes: Devem os pais ter o direito de escolher os tratamentos dos seus filhos? Podem os tribunais forçar um internamento, retirando uma criança da guarda dos seus pais? Devem explicar-se detalhadamente às famílias todos os efeitos secundários envolvidos em tratamentos tão agressivos como os que se aplicam na área da oncologia? Estará a prática do «consentimento informado» instituída apenas para desculpabilizar médicos e hospitais no caso de alguma coisa correr mal? Que espaço podem ter as terapêuticas não-convencionais nos tratamentos médicos de menores?
Todas estas questões foram intensamente debatidas pelos pais quando se recusaram a ficar à espera de um milagre que a salvasse. Foram, contra tudo e contra todos, à procura desse milagre. Esta é a história de como o encontraram.


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A MÁQUINA DE FAZER ESPANHÓIS
Valter Hugo Mãe. Carnaxide: Alfaguarda, D.L. 2012.


Esta é a história de quem, no momento mais árido da vida, se surpreende com a manifestação ainda de uma alegria. Uma alegria complexa, até difícil de aceitar, mas que comprova a validade do ser humano até ao seu último segundo. A máquina de fazer espanhóis é uma aventura irónica, trágica e divertida, pela madura idade, que será uma maturidade diferente, um estádio de conhecimento outro no qual o indivíduo se repensa para reincidir ou mudar. O que mudará na vida de António Silva, com oitenta e quatro anos, no dia em que violentamente o seu mundo se transforma?


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ÚLTIMA PARAGEM, MASSAMÁ
Pedro Vieira. Lisboa: Quetzal, cop. 2011.


Esta é a história de um homem e de uma mulher, Lucas e Vanessa. Do seu amor trágico, como são todos, e de uma Cidade com vista para muitas vidas. Também é a história de uma doença e de uma saída de cena, de uma frustração que não se cura. Ontem, na Floresta de Teutoburgo, onde fracassaram as legiões de Públio Quintílio Varo, hoje, em Massamá, onde acaba de ruir uma hipótese de redenção. Nos dois casos, o mesmo desenlace, com mais ou menos Império em pano de fundo. No lugar do traidor Armínio, motivado pela ambição, apresenta-se João, portador de um evangelho com saída para lugar nenhum. A estação de comboio, o trabalho, o vaivém daqueles que vivem de par em par com aquilo que lhes está destinado. O acaso. Crónica de uma, duas mortes anunciadas, a segunda por decisão natural de Vanessa, mulher investida de toda a autoridade. Faltam dois minutos e picos, 127 segundos, pouca-terra, pouca-terra, é só o que ela pede. Ou pelo menos que lhe seja leve.


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CULTURA E ARTES DA PESCA TRADICIONAL NO RIO TEJO, EM ORTIGA – MAÇÃO
João de Matos Filipe. Santarém: O Mirante, 2012.


Este livro dá-nos muito do que é o grande Tejo. João de Matos Filipe partilha com o leitor, de forma íntima, o Tejo que lhe corre nas veias. Mais do que um livro de história, “Cultura e Artes da Pesca Tradicional no Rio Tejo, em Ortiga – Mação” é o testemunho vivo de que o rio e o homem são um só. E nesta fusão, as artes da pesca, sobretudo as artes tradicionais, são aquelas que mais ajustam o homem ao rio e o rio ao homem, são as que melhor evidenciam esta verdade. João de Matos Filipe sabe-o, sente-o e partilha-o neste seu livro. Este é o convite do livro; a navegação por uma corrente de emoções que começa em Ortiga e acaba onde cada um puder.

 

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NÃO NOS ROUBARÃO A ESPERANÇA
Júlio Magalhães. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2012.


Poderá o amor nascer em tempo de guerra? No Portugal de Salazar e nos tempos conturbados da guerra civil espanhola, Miguel Oliveira, voluntário português ao serviço das tropas nacionalistas de Franco, é feito prisioneiro pelos republicanos, depois de o seu avião ter caído nos arredores de Barcelona. Um feliz golpe de sorte salva-o de um julgamento sumário e de uma morte certa por fuzilamento. Será trocado por um oficial republicano, perto de Madrid. Miguel inicia uma longa viagem de automóvel que o vai levar de Barcelona a Madrid num território pejado de perigos. Será durante essa intensa viagem que ele conhecerá e se apaixonará por Dolores, a jovem republicana responsável por levá-lo à capital espanhola. Outrora uma defensora ardente da República, Dolores está nos finais da guerra, cansada de ver tanta morte e destruição. Para sua grande surpresa e sem nunca abandonar os seus ideais, a jovem republicana encontrará em Miguel um bom confidente e até um protetor. Tendo como pano de fundo a violenta paisagem desenhada pela guerra civil, Não nos roubarão a esperança, narra o nascimento de um grande amor que terá de provar ser mais forte do que o ódio.

 

debaixo-de-algum-ceu

DEBAIXO DE ALGUM CÉU
Nuno Camarneiro. Alfragide: Leya, 2013.


Num prédio encostado à praia, homens, mulheres e crianças - vizinhos que se cruzam mas se desconhecem - andam à procura do que lhes falta: um pouco de paz, de música, de calor, de um deus que lhes sirva. Todas as janelas estão viradas para dentro e até o vento parece soprar em quem lá vive. Há uma viúva sozinha com um gato, um homem que se esconde a inventar futuros, o bebé que testa os pais desavindos, o reformado que constrói loucuras na cave, uma família quase normal, um padre com uma doença de fé, o apartamento vazio cheio dos que o deixaram. O elevador sobe cansado, a menina chora e os canos estrebucham. É esse o som dos dias, porque não há maneira de o medo se fazer ouvir.
A semana em que decorre esta história é bruscamente interrompida por uma tempestade que deixa o prédio sem luz e suspende as vidas das personagens - como uma bolha no tempo que permite pensar, rever o passado, perdoar, reagir, ser também mais vizinho. Entre o fim de um ano e o começo de outro, tudo pode realmente acontecer e, pelo meio, nasce Cristo e salva-se um homem.
Embora numa cidade de província, e à beira-mar, este prédio fica mesmo ao virar da esquina, talvez o habitemos e não o saibamos.
Com imagens de extraordinário fulgor a que o autor nos habituou com o seu primeiro romance, Debaixo de Algum Céu retrata de forma límpida e comovente o purgatório que é a vida dos homens e a busca que cada um empreende pela redenção. 


1km-de-cada-vez

1 KM DE CADA VEZ
Gonçalo Cadilhe. Lisboa: Oficina do Livro, 2009.


Não há maior liberdade do que viajar ao sabor do tempo.
Neste novo livro de textos inéditos, o viajante apresenta ao leitor as suas impressões sobre as suas mais recentes andanças. Durante quinze meses, andou sem pressas e sem datas por destinos tão fabulosos e longínquos como as Galápagos, o Sudeste Asiático, a América Central, a África Austral, a Polinésia, as Caraíbas ou a Oceânia.
E, de terra em terra, entre um abraço e uma despedida, Gonçalo Cadilhe partilha com o leitor os encontros, os lugares, as leituras, os contratempos e as alegrias de uma viagem em slow-motion, pelas estradas de um planeta sem segredos para o viajante mais determinado da atualidade.

 
alguma-dor-cura-a-alma

ALGUMA DOR CURA A ALMA
Carlos Ferreira. [S.l.]: Chiado Editora, 2012.


"Há meia hora que espero. Mas basta ver o céu negro de nuvens carregadas, que ameaçam desabar, para perceber o inevitável. O tempo está escuro, mais do que o habitual àquela hora. Na rua passam alunos, outras pessoas a caminho do trabalho e algumas que não denunciam o seu destino. Encasacadas e de chapéu-de-chuva em posição de resistir ao vento frontal. Esperar é nunca alcançar. Sigo-lhes o exemplo e parto. Um passo é uma luta contra o rio que enche a estrada, as valetas, os terrenos marginais. É um combate contra a água projetada pelos rodados dos camiões que circulam incessantes, às vezes perigosamente perto. E que provocam sucessivas vagas de vento e fazem penetrar ainda mais fundo no corpo a chuva e o frio, como ondas gigantes contra uma casca de noz. Desistir não é hipótese. Resta continuar".
O Caminho Português para Santiago de Compostela é o segundo mais importante e gera receitas anuais superiores a nove milhões de euros. A frequência de peregrinos aumentou seis vezes na última década. Em sentido contrário há também um crescente número de fiéis no Caminho de Fátima, arrastando orações e gerando negócios. Estes são os dois principais santuários cristãos da Península Ibérica, aos quais afluem 230 mil peregrinos tradicionais por ano - mais de nove milhões de pessoas, se incluirmos a totalidade de visitantes. Esta reportagem conta a história dos caminheiros e de um jornalista que palmilhou os seus destinos.

 

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UM GÉNIO PORTUGUÊS: EDMUNDO CURVELO (1913-1954)
Manuel Curado, José António Alves. Coimbra: Imprensa da Universidade, 2013.


O livro oferece o primeiro estudo sobre o espólio existente na biblioteca de Abrantes, de Edmundo Curvelo (1913-1954), professor da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e um dos introdutores dos laboratórios psicotécnicos e psicológicos em Portugal. São publicados pela primeira vez manuscritos filosóficos de Curvelo, bem como a sua correspondência com grandes nomes da cultura e da filosofia do século XX (W. V. Quine, Alonzo Church, Stephen Kiss, Joaquim de Carvalho e Delfim Santos). O livro apresenta igualmente um estudo do enquadramento da obra de Curvelo e da sua importância para a história do pensamento e da ciência portuguesa do século XX.

 

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O TEU ROSTO SERÁ O ÚLTIMO
João Ricardo Pedro. Alfragide: Leya, D.L. 2012.


Tudo começa com um homem saindo de casa, armado, numa madrugada fria. Mas do que o move só saberemos quase no fim, por uma carta escrita de outro continente. Ou talvez nem aí. Parece, afinal, mais importante a história do doutor Augusto Mendes, o médico que o tratou quarenta anos antes, quando lho levaram ao consultório muito ferido. Ou do seu filho António, que fez duas comissões em África e conheceu a madrinha de guerra numa livraria. Ou mesmo do neto, Duarte, que um dia andou de bicicleta todo nu.
Através de episódios aparentemente autónomos - e tendo como ponto de partida a Revolução de 1974 -, este romance constrói a história de uma família marcada pelos longos anos de ditadura, pela repressão política, pela guerra colonial.
Duarte, cuja infância se desenrola já sob os auspícios de Abril, cresce envolto nessas memórias alheias - muitas vezes traumáticas, muitas vezes obscuras - que formam uma espécie de trama onde um qualquer segredo se esconde. Dotado de enorme talento, pianista precoce e prodigioso, afigura-se como o elemento capaz de suscitar todas as esperanças. Mas terá a sua arte essa capacidade redentora, ou revelar-se-á, ela própria, lugar propício a novos e inesperados conflitos?

 

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ESCULTURA: O SONHO E A TÉCNICA
Santos Lopes; revisão e transcrição para português europeu de Francisco Lopes. Abrantes: Câmara Municipal, 2013.


O escultor Santos Lopes, natural de Abrantes e radicado há vários anos no Brasil, assinala com este livro os seus 40 anos ligados à arte de esculpir. Reúne factos da sua prematura descoberta da arte - ainda na infância - em Portugal e da realização do sonho de ser escultor, inaugurando a sua primeira exposição, já no Brasil. Para além de fotos sobre a sua obra, Santos Lopes transmite didaticamente todo o processo de elaboração do trabalho, desde a modelagem até à finalização.

 

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DENTRO DO SEGREDO: UMA VIAGEM NA COREIA DO NORTE
José Luís Peixoto. Lisboa: Quetzal Editores, 2013.


Desde o interior da ditadura mais repressiva do mundo, desde um país coberto por absoluto isolamento, Dentro do Segredo. Em abril de 2012, José Luís Peixoto foi um espetador privilegiado das exuberantes comemorações do centenário do nascimento de Kim Il-sung, em Pyongyang, na Coreia do Norte.
Também nessa ocasião, participou na viagem mais extensa e longa que o governo norte-coreano autorizou nos últimos anos, tendo passado por todos os pontos simbólicos do país e do regime, mas também por algumas cidades e lugares que não recebiam visitantes estrangeiros há mais de sessenta anos.
A surpreendente estreia de José Luís Peixoto na literatura de viagens leva-nos através de um olhar inédito e fascinante ao quotidiano da sociedade mais fechada do mundo. Repleto de episódios memoráveis, num tom pessoal que chega a transcender o próprio género, Dentro do Segredo é um relato sobre o outro que, ao mesmo tempo, inevitavelmente, revela muito sobre nós próprios.

 

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O ALFABETO TRAPALHÃO
Lurdes Breda; ilustrações Rute Reimão. Lisboa: Ana Paula Faria Editora, 2010.


O Alfabeto trapalhão, com texto de Lurdes Breda e ilustrações de Rute Reimão, é uma obra de poesia para crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Através de rimas cheias de nonsense, todas as letras do alfabeto se juntam para formarem palavras, mostrando como isso pode ser estimulante e divertido. As histórias nascem assim, letra a letra, e a imaginação não tem limites... Por isso, pelas páginas deste "Alfabeto Trapalhão" podem descobrir-se: um B com duas barrigas, um dinossauro que cai, redondo, no chão, um hipopótamo sonolento, um I com os cabelos em pé, um palhaço trapalhão, um N que faz o pino, um pinguim pateta, um soldadinho a marchar, um S a assobiar, um cowboy que faz parapente, um Z a ziguezaguear e muitas outras personagens engraçadas, em ilustrações cheias de cor e fantasia.
As mãos da Rute misturaram retalhos de cartas com comboios de sonhos, cartões e cartolinas com sorrisos de alegria, papéis velhos e novos com montanhas de ideias, tesoura e cola com muita brincadeira, e tintas e lápis coloridos com nuvens de magia…

 

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COLEÇÃO DUARTE E MARTA
Maria Inês Almeida, Joaquim Vieira; ilustrações Zé Nova e Ana Freitas. Porto Editora.


As façanhas e peripécias de dois adolescentes à descoberta de casos misteriosos são a base da coletânea para jovens “Duarte e Marta”, que nasceu da parceria dos jornalistas Maria Inês Almeida e Joaquim Vieira.
Esta coleção começou a ser publicada no verão de 2012 e, até ao momento, já conta com seis livros de aventuras: Mistério no Pavilhão de Portugal, Ameaça no vale do Douro, O caso da aluna desaparecida, O golpe dos traficantes, Incêndio na escola e O casarão assombrado.


2012

A-inverosímil-história-de-um-serial-killer-e-outros-contos

A INVEROSÍMIL HISTÓRIA DE UM SERIAL KILLER E OUTROS CONTOS
Artur Dagge. [S.l.]: HM Editora, 2011.


«Ao leitor incauto é justo que se deixe este aviso: a leitura é perigosa. Ela existe ou resulta do aprisionamento da palavra pela escrita, fazendo da memória um alvo a abater: se está escrito, então podemos esquecer. Ou seja, ler é igual a esquecer. E não ter memória equivale a estar distraído do mundo, alheio aos pormenores e às ciladas. Ora, num livro, neste livro, nada é deixado ao acaso e cada palavra, cada parágrafo, cada conto cumpre ou procura cumprir o seu porfiado destino. Valerá pois a pena dizer que todos os contos deste livro são reais, não no sentido em que aconteceram de facto, mas no sentido em que poderiam de facto ter acontecido. O insurreto Pedro Pêra Boa é tão real como a gananciosa Balbina Pato-Vila ou o abandonado Joaquim Elias. A abnegada Princesa Stewart Ferguson não é menos credível que o malogrado Judas Escariote. E o ignóbil Pedro Alonzo não é menos plausível que o imbecil Juan Gonzalez ou o sonho da abnegada Júlia Escobar, que eu sonhei também. Atrevo-me a dizer, não sem alguma imodéstia, que neles está grande parte dos pecados da condição humana: a ganância, a injustiça, a imoralidade, o engano, a ingratidão, a vaidade, a luxúria, o conluio, a ignomínia, a infâmia. Os seus heróis são helénicos heróis trágicos porque, tal como nós, cumprem um destino ao qual não podem escapar.
Haverá, porventura, quem venha a encontrar nestes contos influências óbvias da literatura negra. Não creio, contudo, que assim seja. A influência, a haver, é da própria vida. Que consegue ser bastante mais negra do que estes negros contos.
De referir ainda as excelentes ilustrações da autoria de Elisabete Fiel e Óscar Coelho.»


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ILHA TERESA
Richard Zimler. Alfragide: Dom Quixote, 2011.


A vida de Teresa muda radicalmente quando os pais deixam Lisboa para irem viver em Nova Iorque. Não estando preparada para a vida na América, com dificuldade para se exprimir em inglês, Teresa encontra refúgio no seu particular sentido de humor e no único amigo, Angel, um rapaz brasileiro de 16 anos, bonito, mas desastrado, que adora John Lennon e a sua música. Mas o mundo de Teresa desmorona-se completamente quando o pai morre e a deixa, a ela e ao irmão mais novo, com uma mãe negligente e consumista.
Os problemas de Teresa confluem para um clímax de desespero no dia 8 de dezembro de 2009 - aniversário da morte de John Lennon - quando ela e Angel fazem uma peregrinação ao Memorial Strawberry Fields Forever em Central Park. Aí, um terrível acontecimento que nunca poderia ter previsto devolve-a à vida e ao amor.
Em Ilha Teresa, Richard Zimler conta-nos num estilo inteligente, irreverente e com uma certa dose de humor negro, a história de Teresa, uma rapariga de 15 anos, sensível e espirituosa, cujo equilíbrio e sentido de identidade se veem ameaçados quando a sua família deixa Lisboa para ir viver nos subúrbios de Nova Iorque.
Num registo um pouco diferente do habitual, mas igualmente brilhante, Richard Zimler continua a maravilhar-nos pela forma convincente como nos transporta para o admirável mundo das suas personagens.



o segredo de leonardo volpi

O SEGREDO DE LEONARDO VOLPI
Fernando Pinto do Amaral. Alfragide: Dom Quixote, 2009.


Até onde pode ir o amor?
De que matéria é feita a sua luz?
Quais são as misteriosas leis da sedução?
Valerá a pena matar ou morrer por causa desse jogo sem regras, dessa infinita batalha sem vencedor nem vencido?
Neste romance intenso e cativante – em parte passado em Abrantes, de onde é a protagonista - Fernando Pinto do Amaral acompanha a história de Rita e da sua paixão funesta por Leonardo Volpi, um músico brilhante que fez carreira entre Portugal e o Brasil nas últimas décadas do século XX e se confronta com as suas contradições. Em pano de fundo surgem as outras mulheres que o amaram, mas também um retrato da sua geração e de alguma sociedade portuguesa contemporânea, refletida no espelho dos seus desejos, dos seus medos e das suas inconfessáveis angústias.

 
reexistir

REXISTIR
Santana-Maia Leonardo. Lisboa: Hugin, 2002.


Este não é um livro de poesia, mas um manifesto de quem subscreve o mundo em que vive e contra a geração que, em Maio de 68, escrevia nas paredes de Paris «a imaginação ao poder» e que hoje, no poder, sem imaginação, vai corroendo e consumindo, um a um, todos os valores que herdámos dos nossos pais e dos nossos avós, a nossa cultura, a nossa pátria e a nossa alma, com a mesma persistência com que o eucalipto desertifica o solo arável.
Não sou poeta, nem escritor. Sou alfaiate de província que, sem freguesia, teima em coser e em resistir com as suas linhas à tirania arrogante e insolente da Alta Costura do pensamento.

 

a mentira sagrada

A MENTIRA SAGRADA
Luis Miguel Rocha. Porto: Porto Editora, 2011.


Será que Jesus foi mesmo crucificado? Terá tudo acontecido como a Bíblia descreve?
Na noite da sua eleição para o Trono de São Pedro, o Papa Bento XVI, como todos os seus antecessores, tem de ler um documento antigo que esconde o segredo mais bem guardado da História - a Mentira Sagrada.
Em Londres, um Evangelho misterioso na posse de um milionário israelita contém informações sobre esse segredo. Se cair nas mãos erradas pode revelar ao mundo uma verdade chocante.
Rafael, um agente do Vaticano, é enviado para investigar o Evangelho… e descobre algo que pode abalar não só a sua fé mas também os pilares da Igreja Católica.
Que segredos guardará o Papa? E que verdade esconde o misterioso Evangelho?


historias desencantadas

HISTÓRIAS DESENCANTADAS
José Martinho Gaspar. [Lisboa]: Chiado, 2012.


Neste livro contam-se doze histórias com diversos mundos dentro delas. São histórias de hoje e de ontem, que nos colocam de mãos dadas com o presente e a espreitar para o passado, narrativas sobre muitas e desvairadas gentes. Em cada conto damos de caras com a esperança, que se mistura com múltiplos encantamentos e que, inadvertidamente, levam as personagens para becos e desencantos, que também são parceiros das nossas vidas. Eis-nos perante histórias de inventar que, se não abrirmos bem os olhos, confundimos os nossos sonhos com os pesadelos que nos perseguem ou com a própria realidade. Estas doze histórias não são senão uns quantos quartos de fechar leitores, mas que os querem em busca de saídas.

 

porque os animais não- sabem conduzir

PORQUE É QUE OS ANIMAIS NÃO CONDUZEM?
Pedro Soromenho. Braga: Paleta de Letras, 2010.


Queres saber porque é que o dinossauro, a toupeira, o papagaio e muitas outras criaturas não podem conduzir?
Então entra neste livro e deixa-te guiar por um mundo divertido de animais que parecem pessoas reais. Sem regras nem sinais as estradas são uma selva e os perigos muitos mais. Boa viagem... em segurança!

 

a noite dos animais inventados

A NOITE DOS ANIMAIS INVENTADOS
David Machado; ilustrações de Teresa Lima. Barcarena: Presença, 2006.


Vencedor da mais recente edição do Prémio Branquinho da Fonseca, atribuído pelo jornal Expresso e pela Fundação Calouste Gulbenkian, David Machado, é um escritor em plena ascensão. Neste seu primeiro livro transporta-nos até um quarto escuro onde dormem Jonas e os seus irmãos - Jeremias, o mais velho, e os gémeos Jacinto e Jaime. Dotados de uma imaginação poderosa começam a inventar animais, desde galinhas, leopardos, pirilampos, tartarugas, lobos, morcegos, gatos, ursos, elefantes, acabando por criar um enorme dinossauro que já não cabia no quarto e assustava todos os outros animais. Finalmente os irmãos uniram-se e, juntos, tiveram de imaginar um comboio que transportasse todos estes seres para uma floresta inventada. Voltaram e enfiar-se debaixo de uma manta de retalhos e assim conceberam um final feliz. Com ilustrações magníficas de Teresa Lima este é um livro para fazer sonhar os pequenos leitores.


2011

livros que devoraram o meu pai

OS LIVROS QUE DEVORARAM O MEU PAI: A ESTRANHA E MÁGICA HISTÓRIA DE VIVALDO BONFIM
Afonso Cruz. Alfragide: Caminho, imp. 2010.


Vivaldo Bonfim é um escriturário entediado que leva romances e novelas para a repartição de finanças onde está empregado. Um dia, enquanto finge trabalhar, perde-se na leitura e desaparece deste mundo. Esta é a sua verdadeira história — contada na primeira pessoa pelo filho, Elias Bonfim, que irá à procura do seu pai, percorrendo clássicos da literatura cheios de assassinos, paixões devastadoras, feras e outros perigos feitos de letras.


o bom inverno

O BOM INVERNO
João Tordo. Alfragide: Dom Quixote, 2010.

Quando o narrador, um escritor prematuramente frustrado e hipocondríaco, viaja até Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Coxo, portador de uma bengala e planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer Vincenzo Gentile, um escritor italiano mais jovem, mais enérgico, e muito pouco sensato, que o convence a ir da Hungria até Itália, onde um famoso produtor de cinema tem uma casa de província no meio de um bosque, escondida de olhares curiosos, e onde passa a temporada de Verão à qual chama, enigmaticamente, de O Bom Inverno. O produtor, Don Metzger, tem duas obsessões: cinema e balões de ar quente. Entre personagens inusitadas, estranhos acontecimentos e um corpo que o atraiçoa constantemente, o narrador apercebe-se que em casa de Metzger as coisas não são bem o que parecem. Depois de uma noite agitada, aquilo que podia parecer uma comédia transforma-se em tragédia: Metzger é encontrado morto no seu próprio lago. Porém, cada um dos doze presentes tem uma versão diferente dos acontecimentos. Andrés Bosco, um catalão enorme e ameaçador, que constrói os balões de ar quente de Metzger, toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e isola os presentes na casa do bosque. Assustadas, frágeis e egoístas, as personagens começam a desabar, atraiçoando-se e acusando-se mutuamente, sob a influência do carismático e perigoso Bosco, que desaparece para o interior do bosque, dando início a um cerco. E, um a um, os protagonistas vão ser confrontados com os seus piores medos, num pesadelo assassino que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história.


manual escrita criativa

MANUAL DE ESCRITA CRIATIVA. VOL. I E II
Luís Carmelo. Mem Martins: Europa-América, 2005-2007.


Em paralelo com a atividade literária e académica, o Professor Luís Carmelo tem desenvolvido e orientado, desde 1994, diversos cursos e ateliês de escrita criativa na Universidade Autónoma de Lisboa, no IADE e no Instituto Camões. A experiência de cerca de 12 anos nesta área acabou por gerar este Manual de Escrita Criativa. Postulando os diversos passos que são requeridos nas aulas, ou nas sessões, faz "(…) em primeiro lugar, uma exposição técnico-teórica das temáticas a trabalhar. Em segundo lugar, uma lista de exemplos, devidamente contextualizados e comentados. Por fim, em terceiro lugar, os exercícios que se desdobram entre o registo presencial e os trabalhos de casa. Este manual acrescenta ainda, em cada "Unidade letiva", um conjunto de "Caixas" que complementa o sentido eminentemente pragmático dos ateliês, fornecendo algumas pistas adequadas para reflexão e interpretação crítica".

 
uma noite nao sao dias

UMA NOITE NÃO SÃO DIAS: INTRIGA E PAIXÕES NO ESQUISITO ANO DA 2044
Mário Zambujal. Lisboa: Planeta Manuscrito, 2010.


Na Avenida Vertical, nome de uma torre habitacional de 98 andares, símbolo citadino do ‘esquisito ano de 2044’, ocorrem dois misteriosos assaltos: o roubo de um helicóptero no heliporto que encima o edifício e o roubo de uma coroa de uma rainha portuguesa na Praça das Artes, uma das várias praças interiores. Nesta atmosfera de mistério desfilam as personagens principais: Antony, um historiador, a mulher Grace e o amigo escultor, James.
Segundo a editora Planeta, Uma noite não são dias é «uma crónica inteligente da época em que vivemos». Para além disso, a perspetiva original sobre as presumíveis evoluções que encontramos caricaturadas na prosa ágil de Mário Zambujal leva o leitor do sorriso à gargalhada.


mataram o sidonio

MATARAM O SIDÓNIO
Francisco Moita Flores. Alfragide: Casa das Letras, 2010.


O assassínio do Presidente da República Sidónio Pais, ocorrido em 1918, é um mistério. Apesar de a polícia ter prendido um suspeito, este nunca foi julgado. A tragédia ocorreu quando Lisboa estava a braços com a pneumónica, a mais mortífera epidemia que atravessou o séc. XX e, ainda, na ressaca da Primeira Guerra Mundial. A cidade estava exaurida de fome e sofrimento. É neste ambiente magoado e receoso que Sidónio Pais é assassinado na estação do Rossio, em dezembro de 1918.
Francisco Moita Flores constrói um romance de amor e morte. Fundamentado em documentos da época, reconstrói o homicídio do Presidente-Rei, utilizando as técnicas forenses que, de certa forma, continuam a ser reproduzidas em séries televisivas de grande divulgação sobre as virtualidades da polícia científica.
Os resultados são inesperados e Mataram o Sidónio é um verdadeiro confronto com esse tempo e as verdades históricas que ao longo de décadas foram divulgadas, onde o leitor percorre os medos e as esperanças mais fascinantes dessa Lisboa republicana que despertava para a cidade que hoje vivemos. E sendo polémico, é terno, protagonizado por personagens que poucos escritores sabem criar. Considerado um dos mestres da técnica de diálogo, Moita Flores provoca no leitor as mais desencontradas emoções, que vão da gargalhada hilariante ao intenso sofrimento. Um romance que vem da História. Uma história única para um belo romance.

 

rimar e cantarolar

RIMAR E CANTAROLAR
Maria da Conceição Vicente, ilustrações Rute Reimão. Porto: Trinta Por Uma Linha, 2011.


Rimar e Cantarolar reúne algumas das rimas infantis que nos habituámos a ouvir e a cantar enquanto crescemos. "A saia da Carolina", a "Rosinha (do meio)" e o "Papagaio louro" são apenas alguns exemplos, num total de 12 canções de folclore infantil presentes neste livro escrito por Maria da Conceição Vicente e ilustrado por Rute Reimão. Deixemo-nos perder neste misto de palavras, som e cor.


2010

sobolos rios que vao

SÔBOLOS RIOS QUE VÃO
António Lobo Antunes.Alfragide: Dom Quixote, 2010.


Entre os últimos dias de março e os primeiros de abril de 2007, depois de uma operação grave, o narrador, entre as dores e a confusão provocada pela anestesia e pelos medicamentos, recupera fragmentos da sua vida e das pessoas que a atravessaram: os pais e os avós, a vila da sua infância, a natureza da serra, os amores e desamores. Como um rio que corre, vamos vivendo com ele as humilhações da doença, a proximidade da morte e o chamamento da vida.


basta-me viver

BASTA-ME VIVER: A HISTÓRIA DO ÓRFÃO DA FOZ DOS RIOS
Carlos Vale Ferraz. Alfragide: Casa das letras, 2010.

Esta é a história do amor de duas mães pelos seus filhos. O filho de uma morreu para honrar os valores do pai, a outra morreu para que o seu filho pudesse viver. As duas mulheres, uma portuguesa e uma angolana, são a avó e a mãe deste neto, órfão-feiticeiro, que nasceu já com dentes, um sinal que levou a prever que seria dotado de poderes extraordinários. A sua mãe temeu que ele tivesse o destino das kindoki, as crianças-feiticeiras de África, abandonadas pelas famílias que as julgam responsáveis pelas desgraças que caem sobre elas e por isso o defendeu até à morte.
A história deste órfão-feiticeiro atravessa o fim do regime de Salazar e da guerra colonial, a independência e a guerra civil de Angola, os prodigiosos anos 80 e 90 em que surgiram os computadores, Portugal aderiu à Comunidade Europeia, aboliu o papel selado e saiu da administração do inqualificável território de Macau, capital mundial do jogo, encerrando o seu ciclo do império.
O órfão que nos narra a história através da conversa com o seu tio Ernesto, na varanda de uma casa no bairro Sambizanga, em Luanda, é o neto rejeitado quer pela família da mãe, a poderosa família Gonzaga, uma das grandes famílias crioulas de Angola, quer pela família do pai, um jovem piloto-aviador português, filho de Augusto Torres, um político salazarista. É alguém que, sem merecer o sacrifício dos pais, se furtou a seguir o rasto de muito poder e pouco escrúpulo dos avós, que cumpre a vida como o pagamento de uma promessa feita, não por ele, mas pelos que morreram para ele viver.

 
os dias de saturno

OS DIAS DE SATURNO
Paulo Moreiras. Matosinhos: Quidnovi, 2009.


No dia 7 de novembro de 1699, reúnem-se no Convento de Cristo dois grandes amigos alquimistas: Domingos Rodrigues - cozinheiro do rei D. Pedro II e autor do primeiro livro de cozinha publicado em Portugal - e o médico da Casa Real João Curvo Semedo, um dos mais conceituados do seu tempo. Ambos vêm para assistir do terraço do convento a um eclipse do Sol — fenómeno misterioso que dificilmente voltarão a presenciar durante as suas vidas.
Na tarde desse mesmo dia, nas cercanias da vila de Tomar, a escuridão que se abate de repente sobre o mundo precipitará o parto de uma jovem a caminho de casa, cujo filho nasce com uma estranha marca no peito, vista imediatamente como castigo divino e maldição eterna. Mas será, curiosamente, esse sinal raro que aproximará a vida do recém-nascido da dos dois alquimistas e coserá para sempre os seus destinos. Mesmo que o rapaz só o venha a saber muitos anos depois. Quiçá tarde de mais.
Passado numa época de grandes transformações sociais, fausto, riqueza e avanço científico e intelectual, Os Dias de Saturno - do autor do aplaudido A Demanda de D. Fuas Bragatela - é um romance fascinante sobre o amor e a sua impossibilidade, com doses iguais de humor e dramatismo, escrito numa linguagem que torna a sua leitura irresistível. A não perder.


ultimo-bandeirante

O ÚLTIMO BANDEIRANTE 
Pedro Pinto. Lisboa: A Esfera dos Livros, 2009.


Quando Raposo Tavares atacou a Missão Jesuíta de Jesus Maria, o seu objetivo era conquistar a região do Tape em nome da Coroa portuguesa e destruir o sonho do Superior Diego de Trujillo, seu inimigo de longos anos. Estava longe de imaginar que começava ali uma corrida de vida e morte à maior bandeira de sempre em terras do Brasil. Com as mãos sujas de sangue, a roupa a cheirar a queimado e milhares de índios aprisionados, Raposo Tavares, o maior bandeirante de todos os tempos, regressou à vila de São Paulo. Podia finalmente voltar a sua casa, ao fabrico das suas estranhas infusões, ao desenho dos seus mapas e aos braços apaixonados de Maria Teresa. Mas a partida estava novamente marcada. Era altura de regressar ao mato, de definir as controversas fronteiras de Tordesilhas, que opunham portugueses e espanhóis, e procurar um sonho de extraordinárias riquezas que não era o seu: o Eldorado que todos ambicionavam encontrar. Três anos depois, quando regressou a São Paulo, Raposo Tavares era um homem quase irreconhecível, marcado pela maldição do Amazonas.



a charada da bicharada

A CHARADA DA BICHARADA
Alice Vieira; ilustrações de Madalena Matoso. Lisboa: Texto, 2005.


Prémio Nacional de Ilustração 2008.
Alice Vieira leva-te a conhecer um mundo mágico, em que cada página encerra um enigma e esconde um habitante do reino da bicharada. Depois de leres cada um dos textos, descobre os animais que se escondem nas imagens e delicia-te com as descrições que te ensinam a reconhecê-los. Cada charada abre-te a porta para um mundo cheio de cores e fantasia, sempre com um ou mais animais à espreita.


2009

1509

1509: A BATALHA QUE MUDOU O DOMÍNIO DO COMÉRCIO GLOBAL
Jorge Nascimento Rodrigues, Tessaleno Devezas. Lisboa: Centro Atlântico, 2008.


Como, à revelia de D. Manuel I, o vice-rei D. Francisco de Almeida, vingando a morte do filho, ganhou a batalha mais importante dos Descobrimentos.
No Vº Centenário da Batalha Naval de Diu - a batalha que mudou o domínio do comércio global (a 3 de Fevereiro de 1509) -, a análise geopolítica e geoeconómica que faltava, pelos autores de Portugal - O Pioneiro da Globalização.


Da imprensa
«A vitória na batalha naval de Diu, há 500 anos, permitiu que Portugal se tornasse a potência global do século XVI … As ambições lusas pareciam megalómanas, desmedidas para um país que em 1500 contava apenas com pouco mais de um milhão de habitantes. Afinal, o que levou um pequeno grupo de alguns milhares de navegadores, marinheiros, nobres, soldados, piratas, mercenários, estrategas e cientistas a conquistar em dez anos o maior espaço de economia de mercado do século XVI? Foi a loucura, a audácia, a fé cristã de um “bando de fidalgos aventureiros e de degredados”, como os classificaria o próprio Francisco de Almeida? É provável que esses atributos tenham contribuído para o triunfo das ambições imperiais do Rei D. Manuel I. Mas os factores decisivos para o controlo português do Índico, o oceano-chave das rotas de comércio das especiarias - as mercadorias de mais alto valor da época -, foram o intento estratégico e a vantagem tecnológica de Portugal. Como salienta o livro “1509 - A Batalha que Mudou o Domínio do Comércio Global”, da autoria de Jorge Nascimento Rodrigues e Tessaleno Devezas recentemente lançado pela editora Centro Atlântico, o oceano Índico era até aí o “Lago Muçulmano”, onde as rotas marítimas das especiarias estavam controladas por uma rede de cidades portuárias e estados. Portugal aproveitou uma janela de oportunidade, marcada “pela passagem à defensiva estratégica de Veneza, pela fragilidade crescente do império mameluco (Egipto) e pela ainda adolescência na estratégia de globalização das outras potências emergentes”, como a Espanha, a França ou o Império Otomano. …» Expresso

 

jerusalem

JERUSALÉM: LIVROS PRETOS
Gonçalo M. Tavares. [S.l.]: Caminho, 2008.

 

“Como as substâncias se separavam logo à partida, entre as que avançavam com a vontade própria e as que esperavam com a obediência estática (e nisso dividiam-se como alguns homens). Os sapatos eram a obediência pura, a escravidão mesquinha, enojavam-lhe naquele momento; a sabujice destes materiais em relação ao homem. Nenhum cão é tão sabujo como estas substâncias. Não há possibilidade de diálogo entre substâncias que nascem logo em campos opostos, em campos, não inimigos, que isso seria pensar na possibilidade de elevação do homem que agarra na arma para combater; ali, pelo contrário, o afastamento não era entre substâncias inimigas ou entre dois predadores que se preparam para combater por um pequeno território; tratava-se simplesmente de passividade absoluta de um lado, e do outro energia forte, que constrói ou destrói, mas que modifica sempre. Não somos uma coisa que espera, murmura Mylia, enquanto avança a passos fortes para a igreja.”


«Os seus "livros negros" já me tinham proporcionado uma felicidade de leitura que, porque rara, me anda a ser preciosa. Este Jerusalém eleva as suas qualidades à perfeição: uma invejável competência literária traz a ferocidade do enredo para uma escrita de beleza sóbria.» Hélia Correia

«Com a nova literatura estamos por assim dizer num mundo da morte entre parênteses. Talvez nenhum autor comunique melhor esse sentimento que o autor de Jerusalém, Gonçalo M. Tavares. Chegou para ficar, num espaço só seu.» Eduardo Lourenço

«É em torno da ausência da felicidade, num vazio que insidiosamente se enche de dor e de loucura, que Gonçalo M. Tavares constrói o fabuloso Jerusalém, um livro [...] que evoca a sombra de Kafka, os filmes do expressionismo alemão e as telas de Anselm Kiefer.» Helena Vasconcelos



ultimo tavora

O ÚLTIMO TÁVORA
José Norton. Lisboa: Dom Quixote, 2007.


Uma novela real que junta no último dos Távoras histórias de ódio, intriga e tragédia. Quando os avós de Pedro de Almeida Portugal, os marqueses de Távora, subiram ao cadafalso de Belém, ele era ainda um menino. Durante dezoito anos ficou longe da família: o pai foi encarcerado no Forte da Junqueira e a mãe e irmãs fechadas no lúgubre Convento de Chelas. Mas, na sombra, um homem poderoso velava pela sua educação, Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro marquês de Pombal, ironicamente o carrasco que tinha perseguido a sua família...
Foi sob o signo de todas estas contradições que começou a vida do futuro 3.º marquês de Alorna! Prisioneiro também ele do nome Távora e da sua condição aristocrática, protagonizou faz agora dois séculos os episódios políticos mais marcantes do seu tempo, nomeadamente a fuga da corte para o Brasil e as Invasões Francesas. Um enredo de intrigas, maldições e invejas, durante muito tempo escondido no emaranhado da História e agora revelado, levaram o marquês de Alorna e muitos outros companheiros a juntar-se aos franceses, combatendo na Europa, participando na 3.ª Invasão e partilhando o terrível destino do exército de Napoleão na campanha da Rússia.

 
tres seios de novelia

OS TRÊS SEIOS DE NOVÉLIA 
Manuel da Silva Ramos - Lisboa: Dom Quixote, 2008.


Prémio de Novelística Almeida Garrett de 1968.
Os Três Seios de Novélia é um pequeno romance de amor irreal onde a rumorejante solidão de um jovem escritor o força a procurar a mulher alquímica, sua secreta nostalgia. É também uma descoberta de Lisboa, com os seus cafés, praças, ruas, avenidas, onde a promessa de qualquer mulher compensará o reles quotidiano. Esta invenção de uma mulher clara que existia efetivamente nas ruas de Lisboa de 1968, e continua a existir, é também o triunfo da literatura. Um Longo Nascimento, o segundo texto do livro, é um pequeno diário de uma infância e adolescência felizes na província onde a alfaiataria dos pais, lagartos ao sol, primas, faces de meninas pré menstruadas, cântaros defenestrados na última noite do ano, livros, escritores mortos, se amontoam para glorificar uma vida ainda fugitiva de criador. A Respiração é o atelier em brasa do artista. A sua imaginação mais desabrida, delirante. Estamos aqui no interior do vulcão da imaginação.
E o final «Sermão de Santo António aos Astronautas» é a cereja em cima do bolo ardente.
Manuel da Silva Ramos tinha 20 anos quando escreveu Os Três Seios de Novélia.



jerusalem mia couto

JESUSALÉM 
Mia Couto. Lisboa: Caminho, 2009.


Jesusalém é seguramente a mais madura e mais conseguida obra de um escritor em plena posse das suas capacidades criativas. Aliando uma narrativa a um tempo complexa e aliciante ao seu estilo poético tão pessoal, Mia Couto confirma o lugar cimeiro de que goza nas literaturas de língua portuguesa. A vida é demasiado preciosa para ser esbanjada num mundo desencantado, diz um dos protagonistas deste romance. A prosa mágica do escritor moçambicano ajuda, certamente, a reencantar este nosso mundo.



lucas junot

LUCAS JUNOT: O ESTUDANTE BRASILEIRO QUE CANTOU COIMBRA: FOTOBIOGRAFIA
Rui Pedro Moreira Lopes. Coimbra: Câmara Municipal, 2008.


Este livro conta a vida e obra de um dos míticos nomes do Fado de Coimbra, no ano de 1920: Lucas Junot (1902 - 1968), um brasileiro (santista), filho de emigrantes portugueses no Brasil, que vem terminar a escola primária em Coimbra, onde prossegue os estudos no Liceu e na Universidade. Foi membro da Tuna Académica da Universidade de Coimbra no ano de 1920, com participação em famosas digressões a Espanha e ao Brasil. Terminado o curso, trabalhou em Angola, regressou depois ao Brasil, onde reviveu Coimbra nas reuniões de antigos estudantes desta cidade. Regressou à cidade do Mondego, em 1967, após quase 40 anos de ausência e faleceu no ano seguinte, em Santos. No entanto, o destaque principal é o facto de ser o único brasileiro que, na qualidade de estudante da Universidade de Coimbra, cantou e tocou o Fado de Coimbra.



galileu

GALILEU À LUZ DE UMA ESTRELA 
José Jorge Letria; ilustrações de Afonso Cruz. Alfragide: Texto Editores, 2009.


Vem conhecer a história de Galileu Galilei, o homem que observou as estrelas e os planetas, pela voz de uma estrelinha brilhante por ele observada. Partilha as histórias da estrelinha sobre este homem e descobre como foi que Galileu chegou à conclusão de que era a Terra que girava em torno do Sol e não o contrário. Quatrocentos anos depois da descoberta do primeiro telescópio astronómico, José Jorge Letria relata-nos os mais importantes episódios da vida de Galileu Galilei e Afonso Cruz ilustra, de forma exemplar, a relação de Galileu com as estrelas.


2008



guerra-peninsular

GUERRA PENINSULAR: A LIBERTAÇÃO DE ABRANTES EM AGOSTO DE 1808
Abrantes: Câmara Municipal, D.L. 2008.


“Nesta evocação da libertação de Abrantes das tropas de Napoleão, ocorrida a 17 de Agosto de 1808, cabe à historiografia e aos especialistas contar-nos como foi: os factos, as interpretações. E é bom que a comunidade e a cidade de Abrantes saibam: Há marcas de identidade, pegadas que os que vieram antes de nós construíram e deixaram para nós assumirmos, trabalharmos e valorizarmos. Mas nesta evocação da libertação de Abrantes é importante que a comunidade e a cidade de Abrantes compreendam as marcas com que o tempo nos esculpiu para lhes dar eficácia histórica, mantendo-as como valores inspiradores na construção do nosso futuro.” Nelson de Carvalho in Nota de abertura


rota cantaros e cantos

ROTA DOS CÂNTAROS E CANTOS: PROJECTO PARA A PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO RURAL DOS MUNICÍPIOS DE ABRANTES, CONSTÂNCIA, GAVIÃO, MAÇÃO E SARDOAL
Gabinete de Apoio Técnico de AbrantesAbrantes: GAT, D.L. 2006.


Durante séculos, as fontes públicas garantiram o abastecimento de água ao lugar, permitindo a sobrevivência das populações que, para conseguirem água potável, percorriam longas distâncias em árduas canseiras, atualmente difíceis de se compreender, em face da facilidade que se tem de abrir a torneira e de ter água logo ali à mão. […] Esta Rota pode pois ser vista como um roteiro temático ou como um instrumento de apoio e de descoberta de um qualquer espaço deste Agrupamento de Municípios num qualquer momento da nossa História. Aqui fica mais uma pitada de descoberta de cinco Municípios ricos de tradições e de histórias entre a várzea e o vergel ribatejano, o planalto beirão e a planície de um Alentejo diferente, onde a memória do tempo merece uma visita mais atenta.


 


o menino gordo

O MENINO GORDO
José Viale Moutinho; ilustrações Carla Pott. Serzedo: Gailivro, 2007.

Sabem lá o que pode acontecer durante um dia num colégio que tem como alunos o guloso Menino Gordo, o Alfeu Cientista Maluco e o malandreco do Zé Nabo? Até a doutora Purificação, ao entrar na aula da professora Anita Mosca Morta, espalhou pelo chão os ossinhos do esqueleto. Enfim, um dia levado da breca.


livro do pedro

O LIVRO DO PEDRO: MARIA DOS 7 AOS 8
Manuela Bacelar. Porto: Afrontamento, 2008.

Maria, que traz um filho dentro da barriga, conta à sua filha a história da sua infância. Uma história simples, de uma criança feliz.
O que torna esta história especial é o facto de Maria ter dois pais: O Pedro e o Paulo.
Este livro não pretende ser um panfleto. Pretende, ao invés, contribuir para que do imaginário infantil faça parte a diversidade dos modos de amar. E, nesse sentido, este é um livro pioneiro em Portugal. Pela primeira vez, a edição nacional de literatura para a infância contempla a diversidade das formas de parentalidade. E fá-lo sem falsos moralismos.


as aventuras de miguel

AS AVENTURAS DE MIGUEL: HISTÓRIAS PARA COMER
Nuno Rogeiro. Lisboa: Gradiva, 2008.

Histórias para crianças contadas a adultos? Postais para adultos lidos a crianças? Romance de terror, ou para meter medo ao medo? Relatos fantásticos, ou retratos do quotidiano banal? Sonhos ou pesadelos? Alucinações ou pressentimentos? Memórias de infância, ou ecos de outro universo? O herói, um fedelho chamado Miguel, com a mãe doente e o pai ausente, não tem superpoderes (aliás, possui superfraquezas), gosta de trocadilhos e pirraças, mas não é para brincadeiras: pode vencer os grandes deste mundo, e dos outros. Trata-se da primeira visita de Nuno Rogeiro ao continente da ficção. Na sua pré-história, este livro era uma série de contos, destinada a convencer os filhos do criador a comerem. Depois galgou as margens e tornou-se incontrolável, ganhou vida. Com um pequeno ensaio «pedagógico» (ou subversivo?), ilustrações do autor, homenagens aos clássicos do género (qual?), e alguns desafios aos leitores, aqui ficam, em prato raso, histórias para comer. Quer dizer, As Aventuras do Miguel.


2007

S 1

AS TRÊS LADRAS
Txabi Arnal; ilustrado por Elena Odriozola.


Esta história, traduzida do castelhano, dá ao humor e à ironia um especial protagonismo. São três irmãs ladras, com o desejo obsessivo de brilhar tanto como o sol de Verão, ou ainda mais! Com os seus delírios, cometem as maiores extravagâncias, até que, num livro da biblioteca, a irmã mais nova lê que os camponeses são os seres mais felizes do mundo. Então, é na simplicidade que descobrem a fonte de luz que as iluminará tanto... como o sol de Verão! Elena Odrioza, que ilustra a história, cria imagens de grande delicadeza e subtileza... Uma história capaz de nos roubar os corações.

 

s 2

UMA VERDADE INCONVENIENTE: ALERTA GLOBAL
Davis Guggnheim. DVD.


"Uma Verdade Inconveniente" é um documentário de 90 minutos, um apelo urgente, mas também optimista, através do qual o realizador, Davis Guggenheim, tenta alertar as consciências dos cidadãos e da classe política para os perigos do aquecimento global e para a diminuição das reservas de água do planeta. Tomando como fio condutor as conferências que Al Gore tem dado sobre o assunto, desde a sua derrota presidencial, o cineasta decidiu levar esta mensagem mais longe e a mais pessoas. Defende que, se não houver uma mudança radical na gestão dos recursos e na produção de gás carbónico, em menos de uma década o nosso planeta entrará numa dinâmica catastrófica. O degelo dos pólos, a alteração dos ciclos climáticos, com o eclodir de perturbações meteorológicas extremas, como secas severas, inundações gigantes ou vagas de calor mortais, e a propagação de epidemias são apenas algumas das consequências. Apesar disso, Al Gore mantém-se "optimista", continuando a acreditar que a vontade política também é uma energia renovável.

 

s 2

DAZKARIEH
Dazkarieh. CD audio.


Os DAZKARIEH costumam ser classificados na categoria de “música do mundo”, no sentido da fusão musical resultante das experiências dos seus instrumentistas que vão desde a tradicional ao rock, da erudita à experimental, utilizando para tal, instrumentos tradicionais de várias culturas, como a sueca, irlandesa ou a árabe, mas tendo dado, porém, um especial ênfase à música tradicional portuguesa, nos últimos dois anos. Este trabalho transporta o ouvinte para os quatro cantos do mundo, partindo de idiomas musicais que caracterizam géneros como o jazz, o flamenco ou a música tradicional europeia ou brasileira. Se não tivermos oportunidade de os ver e ouvir nos festivais de “world music” que acontecem no nosso país e não só, o melhor é ouvirmos a sua discografia porque vale a pena. Os DAZKARIEH costumam ser classificados na categoria de “música do mundo”, no sentido da fusão musical resultante das experiências dos seus instrumentistas que vão desde a tradicional ao rock, da erudita à experimental, utilizando para tal, instrumentos tradicionais de várias culturas, como a sueca, irlandesa ou a árabe, mas tendo dado, porém, um especial ênfase à música tradicional portuguesa, nos últimos dois anos. Este trabalho transporta o ouvinte para os quatro cantos do mundo, partindo de idiomas musicais que caracterizam géneros como o jazz, o flamenco ou a música tradicional europeia ou brasileira. Se não tivermos oportunidade de os ver e ouvir nos festivais de “world music” que acontecem no nosso país e não só, o melhor é ouvirmos a sua discografia porque vale a pena.

 

s 2

CRÓNICA DO REI PASMADO: SCHERZO EM RE(I) MAIOR ALEGRE, MAS NÃO DEMASIADO
Gonzalo Torrente Ballester. Lisboa: Caminho, 1992.


Este livro irónico narra-nos a vida de um rei que fica pasmado quando vê pela primeira vez uma mulher nua. A partir dessa data, o Rei vai também querer ver a Rainha, como Deus a pôs no mundo. Mas vai ser um processo complicado. A corte, a Igreja e a sociedade em geral opõem-se a essa vontade real. Uma estória a descobrir com um sorriso nos lábios e muitas interrogações desenhadas no sobrolho.

 
s 2

AS NAUS DE VERDE PINHO: VIAGEM DE BARTOLOMEU DIAS CONTADA À MINHA FILHA JOANA
Manuel Alegre, ilustrações de Afonso Alegre Duarte. Lisboa: Caminho, D.L. 1996.


Obra distinguida com o Prémio António Botto de Literatura Infantil, em 1997, As Naus de Verde Pinho é uma narrativa em verso acerca da gesta dos Descobrimentos portugueses. Centrada na viagem marítima em que Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas, assume como referências intertextuais quer a literatura de tradição oral, nomeadamente o romance popular Nau Catrineta, quer a literatura de tradição culta concretizada por Os Lusíadas e Mensagem. Texto escrito por Manuel Alegre, com ilustrações do filho Afonso Alegre Duarte, situa-se, assim, num universo literário muito especial, daquelas obras que, dedicadas preferencialmente a uma audiência infantil, representam, também para o leitor adulto, uma possibilidade de contacto com um discurso inovador e criativo. E é isto que precisamente distingue um texto de qualidade para a infância; não se restringe a ser recebido por leitores de uma idade particular.

 

s 2

LABORES DEL HOGAR
Dir. Eulália Ubach. Nº575 (2007).


Trabalhos manuais, não são coisa de outros tempos! Esta revista é a prova de que os bordados, sejam eles quais forem - o tricot, ou por exemplo o patchwork (trabalho com retalhos) - se adaptam na perfeição ao estilo contemporâneo. Para quem ainda tem tempo, esta revista de lavores oferece planos e esquemas numa perspectiva de faça você mesmo, e um monte de sugestões de trabalhos.

 

s 2

A LAGARTINHA COMILONA
Viktor Christen, ilustrado por Eric Carle. Lisboa: Círculo de Leitores, 1990.


O texto, escrito com a simplicidade própria da linguagem para a 1ª infância, e a forma apelativa de como está estruturado, faz deste livro um dos mais requisitados na sua categoria. Além do mais, fala de uma lagartinha que é usada na história para transmitir boas práticas de alimentação revelando ainda a sua incrível transformação em borboleta. A alimentação racional, as cores, o contar, os dias da semana e as metamorfoses, numa bonita história e num livro que é também um objecto encantador.

 

s 2

O TRIUNFO DOS PORCOS
George Orwell. Mem Martins: Europa-América, D.L. 1990.


O Triunfo dos Porcos é um clássico lançado nos finais da Segunda Guerra Mundial, em 1945, da autoria de Eric Blair, conhecido pelo pseudónimo de George Orwell. Neste livro, o autor constrói uma sátira ao ambiente político, usando para isso um grupo de animais de quinta que se revoltam com sucesso contra o seu cruel dono, apenas para serem escravizados de novo por Napoleão, um porco sem escrúpulos, cujo lema é "todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que outros."


2006

O GOSTO DOS OUTROS
Agnis Jaqui; actores Jean-Pierre Bacri e Anne Alvaro.


O Gosto dos Outros é um filme francês recente, primeira obra da actriz e argumentista Agnís Jaoui. Retrata as diferenças que existem entre determinados grupos sociais e também dos gostos que os diferenciam uns dos outros. A cena gira em torno de Castella que é um homem de negócios de sucesso, vive nos subúrbios e é apanhado na rápida mudança dos tempos. Mais por tédio do que por interesse, deixa que a sua mulher Angélique o arraste para uma representação da peça de Racine, Bérénice. Para grande surpresa sua, fica completamente fascinado pelo poder e beleza da actriz principal, Clara, que representa o papel da Rainha. Fica tão enfeitiçado por ela que volta para ver a peça todas as noites. E estes dois pólos opostos são forçados a reencontrar-se quando Castella, relutantemente, tenta aprender inglês por causa de um importante negócio. Descobre, então, que a sua professora de inglês é Clara.

 

MON SOUVERAIN DESIR: CHANSONS Ensemble Gilles Binchois.
CD áudio.


Mozart compôs mais de 600 obras num curto espaço de tempo, que formam um repertório variadíssimo, que inclui sinfonias, concertos, sonatas, óperas, obras vocais sacras e profanas. Hoje elas constituem património mundial, não diminuído pelas mais recentes pesquisas musicológicas. O Requiem é o que lhe sugerimos que oiça Missa (cerimônia religiosa cristã) especialmente composta para um funeral. Na música, contém passagens bíblicas e orações para a entrada dos mortos no céu. O termo (réquiem) tem sido ocasionalmente associado a outras composições musicais em honra aos mortos. Os Réquiems mais famosos foram compostos por Mozart, Brahms e Verdi.

 

REVISTA ATLÂNTICA DE CULTURA IBERO-ATLÂNTICA
Dir. João Ventura Nº 03 (Outono Inverno 2005 / 2006). Portimão: Instituto de Cultura Ibero-Atlântica, 2005.


Revista Atlântica de Cultura Ibero-Americana que reúne uma colecção de estudos no âmbito da cultura ibero-atlântica. A revista Atlântica vai na 3ª edição e a direcção está entregue a João Ventura. A publicação é semestral e reúne fotografias, reportagens, relatos, memórias, entrevistas, crónicas, estudos, ensaios, contos, poemas a múltiplas vozes. Luiz Felipe Scolari, Manuel Alegre, Eduardo Lourenço, José Pessoa e Afonso de Melo são alguns dos nomes desta edição.

 
CONTOS DA MATA DOS MEDOS Álvaro Magalhães; ilustrações de Cristina Valadas. Lisboa: Assírio & Alvim. Almada: Câmara Municipal, 2003. ISBN 972-37-0856-6

Contos da Mata dos Medos é um projecto de dois autores - Álvaro Magalhães Álvaro Magalhães escreve e Cristina Valadas ilustra - que tem um sentido fortemente ecológico. A Mata dos Medos, onde se desenrola esta história, é um pedaço do concelho de Almada. Com uma paisagem única, rica em tons e aromas, dádiva generosa da natureza, que estes contos dão a conhecer com a ajuda de uma galeria de personagens que assumem as características dos contos tradicionais. As referências do escritor às espécies vegetais e animais foram verificadas por uma equipa de revisão técnica, que assegura a fidelidade na informação sobre estes habitats, o que é de louvar numa edição para crianças.

 

s 2

A VOZ DOS DEUSES
João Aguiar. Porto: Asa, 2004. ISBN 972-41-1072-9.


João Aguiar iniciou a sua carreira de escritor em 1984 com a publicação de A Voz dos Deuses, tendo-se distinguido em vários géneros literários, desde o romance histórico até ao fantástico, passando pelos livros de aventura para jovens e pelos contos. A voz dos deuses, um dos livros mais vendidos em Portugal nos últimos anos, é uma obra de ficção que retracta um episódio da guerra que a República Romana trava para se apoderar da Península Ibérica. Viriato, então eleito pelos Lusitanos, foi defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e Espanha. É esse mundo, já então em declínio que este livro trata. João Aguiar iniciou a sua carreira de escritor em 1984 com a publicação de A Voz dos Deuses, tendo-se distinguido em vários géneros literários, desde o romance histórico até ao fantástico, passando pelos livros de aventura para jovens e pelos contos. A voz dos deuses, um dos livros mais vendidos em Portugal nos últimos anos, é uma obra de ficção que retracta um episódio da guerra que a República Romana trava para se apoderar da Península Ibérica. Viriato, então eleito pelos Lusitanos, foi defensor de um mundo que morria asfixiado pelo poderio romano: o mundo em que mergulham as raízes mais profundas de Portugal e Espanha. É esse mundo, já então em declínio que este livro trata.


2005

  s 2

UNS E OS OUTROS
Claude Lelouch. Actores Robert Hossein, Nicole Garcia. DVD.


Três horas de espectáculo para rir e chorar, pequenos e grandes momentos de uma vida, decididos por uns, vividos por outros. Homens e mulheres que vivem em países diferentes mas falam uma mesma linguagem: a da música. É por ela que se vão encontrar e amar-se. Defrontar-se e distrair-nos, de 1936 aos nossos dias. Em uns e os outros, não há bons nem maus, só dias bons e dias maus. É sobretudo o espectáculo que conduz a dança. Só ele, por enquanto, tem todas as virtudes necessárias para nos fazer sonhar e acreditar num mundo melhor.

 

 

s 2
FAZ DE CONTA
Júlio Pereira. CD audio.


Música para os mais pequenos mas com a marca de grandes senhores. Este cd tem música, produção, intrumentação e voz de Júlio Pereira. Algumas letras são igualmente da sua autoria, outras tantas têm a assinatura de Eugénio de Andrade, Vinicius de Moraes, Sérgio Godinho, António Torrado e João Luis Oliva. Este cd, ou não fosse para crianças, conta com uma faxa interactiva com jogos, letras das canções e animações.

 

 

s 2

MORTE E NASCIMENTO DE UMA FLOR: [Histórias de vida e estudo de campo]

Elvira Santiago; il. Joana Quental, Alberto Péssimo. Lisboa: Bichinho de conto, co. 2004. ISBN 972-99401-0-X.


(...)É bom tentar aprender com uma semente que o tempo é a casa do nascimento e da morte, e que a memória é o príncipio para nos ligarmos a alguém... Aprender a ter paciência é passar o tempo a lutar por aquilo que se deseja, e que "procura", afinal não é um lugar é apenas um tempo dentro de nós, um tempo onde a morte se junta com a vida para fazer nascer uma flor e dizer sim ao dia nas curvas de uma canção. É mais ou menos com estas palavras que este livro, onde três autores depositaram os seus afectos, nos toca. Pode ser lido por avós e netos, educadores, professores, pais e filhos, oferecendo várias leituras. E mais, é bom folheá-lo e descobrir também o lado escuro das coisas que em livros como este estão escondidas para lá do primeiro folhear.

 

 

s 2

O GRANDE GUIA DE CAÇA 2005-2006 

Jorge Coelho Lopes, dir. Lisboa: GrupoV, 2005.


Um guia anual que pretende que todos os caçadores encontrem muita da informação que necessitam durante toda a época de caça. Tanto o iniciado nas andanças de caça, quer o caçador veterano, podem encontrar neste guia motivo de interesse: as diferentes espécies cinegéticas de caça, as formas de caçar, as armas, munições e acessórios das principais marcas do nosso mercado.

 

 

s 2

VOLTA AO MUNDO

Francisco Camacho, dir. Lisboa: Global Notícias.


A revista “Volta ao Mundo”, pioneira em Portugal nas publicações dedicadas às viagens, continua a ser uma revista bem escrita e com boas fotografias, convidando à evasão. Nem que seja à viagem imaginária! Diversificada, divide-se em torno da literatura de viagens - um género com cada vez mais adeptos - das crónicas de lugares, reportagens, sugestões, rubricas sobre ecologia, ambiente e clima; mas também viagens de baixo custo, bem como notas de agenda dos principais eventos na Europa e nos EUA. Dedicada principalmente a quem pretende viajar, é também sugerida a quem gosta de descobrir novos mundos através da leitura.

 

s 15

DI KORPU KU ALMA
Lura. CD áudio / DVD.


Dinamizando a geminação da cidade de Abrantes com o município cabo- verdiano de São Nicolau, a Biblioteca Municipal António Botto tem também divulgado a sua música, através de várias aquisições que disponibiliza para empréstimo. Lura é uma das mais promissoras vozes da música caboverdeana da actualidade. Nasceu em Lisboa, em 1975, filha de caboverdeanos que imigraram para Portugal. Lura foi pouco a pouco tomando consciência das suas origens e da sua identidade caboverdeana, tendo aprendido o crioulo de seus pais e de seus amigos, considera essa a sua língua materna, na qual também compõe. Com uma voz suave e poderosa ao mesmo tempo, Lura passeia-se em diversos ritmos, da Morna caboverdeana ao Rythm 'n Blues, do Pop ao Jazz, com igual desenvoltura. A jovem cantora, aliás, já é tida como a precursora do que será a "nova música caboverdeana". Convém no entanto que não esqueçamos Cesária Évora, Paulino Vieira, Bonga...

 

 s 16

AVÓS

Chema Heras; il. Rosa Osuma ilustrada por Carline e Renne. [S.l.]: Kalandraka, 2003. ISBN 972-8781-16-4.


Este é um livro sedutor, que apresenta a vida de um casal de idosos, numa história cheia de ternura, amor e humor. As ilustrações simples mas expressivas, de cores suaves, fazem o contraponto ao texto literário e sugerem a doçura que pode existir num corpo envelhecido, mas que ainda sorri. Esta obra, originalmente galega, encontra-se publicada em várias línguas e foi galardoada com o prémio Llibreter 2003, de grande prestígio na Catalunha. 


BOWLING FOR COLUMBINE

Michael Moore - DVD


BOWLING FOR COLUMBINE é um inquérito, devastador e cáustico, sobre o estado da nação, a cultura do medo e a psicose das armas nos Estados Unidos. Porque é que morrem cerca de onze mil pessoas por ano no país por causa de armas de fogo é o mote deste documentário, construído a partir da tragédia do liceu de Columbine, em que dois adolescentes massacraram a tiro treze pessoas e depois se suicidaram.

 

SER SOLIDÁRIO

José Mário Branco - CD audio.


Ser solidário reserva-nos o saber dos tempos, dos anos 80, quando o cantor compositor José Mário Branco subia aos palcos do teatro Alberto e mais tarde do teatro do Mundo esgotando lotações. Este cd é um percurso onde diversos géneros musicais se cruzam e fundem, como um caleidoscópio, da balada urbana ao rock, passando pelo jazz, a marcha , o fado e a chula. Inspirado em poetas como Sophia de Mello Breyner ou António Joaquim Lança e composto muitas vezes no contexto do teatro, este cd é revelador das ansiedades e contradições de uma geração que fez do radicalismo de esquerda bandeira e mais tarde , da descrença nele guardou dores e cicatrizes de um estado de alma. Porque é, em si mesmo, um cd muito literário será para ouvir sempre!

 

DO SOL
Jacinto Lucas Pires. Cotovia: Lisboa, 2004ISBN 972-795-095-7.


(...)gente que caminha nos passeios, no alcatrão, sobe escadas, desce escadas, fura edifícios enormes, gente que se move junta mas não combinada carregando pastas, sacos, carteiras, malas, com quantos objectos, quantos nomes, dentro, gente que segue sem distinções, nos dias claros e nos cinzentos, nas ruas pobres e nas outras, sob céus reais, na sua passagem precisando a cidade; eles param; não respiram, não forçam a cara, nada; tão lentos; olham-nos sustendo tudo, dá ideia, mas ao mesmo tempo entregando-se, de um modo terrível, até onde, tão quietos, o mais expostos que alguma vez estiveram e os mais próximos; Aurora, Haroldo, Marisa, Samuel, Rita, Pedro, Pim (...)É este o tom de um dos livros que Jacinto Lucas Pires trás à Biblioteca Municipal António Botto brevemente. O autor nasceu no Porto a 14 de Julho de 1974. Vive em Lisboa. Estudou Direito na Universidade Católica. Frequentou a New York Film Academy e escreveu e realizou a curta-metragem Cinemaamor. Publicou três livros de teatro e quatro de ficção.

 

D. QUIXOTE DE LA MANCHA

Trad. e adapt. Maria Ponce; Miguel de Cervantes. Lisboa: Vega, [s.d.].

Comemora-se este ano o quarto centenário da publicação do clássico «D. Quixote de la Mancha», de Miguel de Cervantes. Por todo o mundo, multiplicam-se os eventos que assinalam o aniversário da primeira edição daquele que é o segundo livro mais lido e traduzido a seguir à Bíblia. Pedir aos mais novos que o leiam é certamente um bom investimento que eles mais tarde nos agradecerão. Nesta edição juvenil, D. Quixote de La Mancha continua a ser um fidalgo de lança velha, escudo ferrugento e cavalicoque magro e pronto para se envolver em aventuras com o seu fiel escudeiro Sancho Pança.

 

MAGAZINE ARTES

Pedro Teixeira Neves, dir. Algés:Preâmbulo Edições, 2005.

Mais de 100 páginas, repartidas pelas áreas da literatura, artes e espectáculos.Esta é uma revista onde o espaço dedicado ao panorama artístico em Portugal, seja cinema, teatro, artes plásticas, literatura, música ou dança é repartido entre textos e muita fotografia. Gonçalo Tavares, escritor português que traça os novos caminhos da literatura nacional, e Ondjaki, escritor angolano que escreve sobre a literatura angolana em particular, e dos PALOP de uma forma geral, são apenas dois exemplos de cronistas presentes nas edições actuais ao lado de Pontos nos Is a rubrica dedicada à política cultural.

 

s 17

CONTOS DE ANDERSEN

Hans Christian Andersen; ilustrado por Lisbeth Zwerger. Porto: Edinter, 1994.


No próximo dia 2 de Abril, comemoram-se 200 anos do nascimento do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. São do mundo inteiro as crianças que - mesmo sem nunca terem ouvido falar no nome do autor - conhecem, como amigos de longa data, o Patinho Feio, a Sereiazinha ou o Soldadinho de Chumbo... Durante todo o ano de 2005, convidamos pois, os professores, os pais, os animadores... a juntarem-se ao grupo dos leitores do grande escritor dinamarquês, para contar, ler em voz alta, ou oferecer as suas histórias.

 

TEATRO 1

Bertold Brecht. Lisboa: Cotovia, imp. 2003.


Este é o primeiro dos oito volumes de uma colecção que os Livros Cotovia irão publicar até 2007, contendo todo o teatro relevante de Bertolt Brecht (deixam-se de fora algumas adaptações) em novas traduções, cuidadas e de tradutores de referência. Preenche-se assim uma lacuna de há já várias décadas no panorama editorial português. Esta edição tem o objectivo de proporcionar, não apenas aos leitores, mas também aos profissionais e amadores de teatro, a oportunidade de conhecer a grande obra para teatro de Bertolt Brecht. A direcção desta colecção é da responsabilidade de Vera San Payo de Lemos, Jorge Silva Melo e José Maria Vieira. Neste primeiro volume incluem-se as chamadas “peças da juventude”, entre as quais Baal, Tambores na noite, Na selva das cidades e as peças curtas A boda, O mendigo ou O cão morto, Expulsando um demónio, Lux in tenebris e A pesca. Estas leituras poderão ser muito bem, uma aproximação ao mundo do teatro, que a biblioteca tentará reforçar – em colaboração com o Museu Nacional do Teatro - trazendo ao seu público, de 4 a 31 de Março, a exposição “Bertold Brecht no Berliner Ensemble”, constituída por 35 reproduções fotográficas dos espectáculos encenados por Brecht e 15 textos (pensamentos) do autor.


2004

s 18

MACARÉUS

Gaiteiros de Lisboa.


Macaréus marca o regresso dos Gaiteiros de Lisboa aos discos, neste caso avançando de forma definitiva para as composições originais. Este é um disco amadurecido, surgindo pouco depois do grupo ter apostado na edição ao vivo de praticamente todo o seu repertório anterior. "Dança Chamas" foi, então, o trabalho que encerrou um ciclo, ficando o registo de uma boa dose da energia e irreverência, que marca os concertos do grupo.
 

 

LUST

Elfriede Jelinek. Lisboa:Editorial Estampa, 1992.


A escritora austríaca Elfriede Jelinek recebeu o Prémio Nobel da Literatura, este ano de 2004. Alguns dos temas que ganham destaque na sua obra são a sexualidade feminina, o abuso sexual de mulheres e a guerra dos sexos, de uma maneira geral. Neste seu romance "Lust" (Desejo) trata de sexualidade, agressão e abuso, acusando-a alguns críticos de utilizar linguagem "obscena, vulgar e blasfema". Polémica no seu país de origem, Elfriede é reconhecida como uma figura singular e dotada de enorme coragem. Para além de “Lust”, o livro aqui sugerido, há apenas mais duas obras de Jelinek disponíveis entre nós: Novíssimas histórias com tempo e lugar, e “A Pianista”. Valerá a pena conhecê-la, pois o seu Nobel é justificado pelo belíssimo "fluxo de vozes e contra-vozes dos seus romances".

 

 

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QUANTAS MADRUGADAS TEM A NOITE

Ondjaki. Lisboa: Caminho, 2004 ISBN 972-21-1626-6.


Ondjaki, com apenas 25 anos, é um nome em crescente ascensão na literatura angolana. Recentemente publicou Quantas Madrugadas tem a Noite, uma edição da Editorial Caminho. Este seu novo romance está destinado a ser um marco na literatura angolana e na literatura de língua portuguesa em geral. Com uma extraordinária mestria narrativa, Ondjaki conta aqui uma história em que não se sabe o que admirar mais, se a fulgurante imaginação do autor, se a sua capacidade para a criação de tipos e situações carregados de significado, se a sua capacidade para elevar a linguagem coloquial a um altíssimo nível literário. O humor, a farsa, o lirismo, a tragédia, o horror, todos estes sentimentos são aqui convocados e expostos, com a fluência de quem conta, simplesmente, uma história, na Luanda dos dias de hoje. Ondjaki declara fascínio pelas estórias que sempre gostou de ouvir, recriar e até contar de forma informal, como aconteceu em Outubro, na Biblioteca Municipal, em “Vozes dos livros”. É um autor que a biblioteca pura e simplesmente recomenda.

 

 

AUDIO & CINEMA EM CASA e PRODUÇÃO ÁUDIO: REVISTA DE SOM E LUZ PROFISSIONAL

“Áudio & Cinema em Casa” é uma revista que aborda o mundo do audiovisual com novidades e notícias da área, vários testes e análises comparativas a produtos. Dá especial importância aos sistemas de cinema em casa e faz algumas sugestões de filmes em dvd e de música. Não lhe falta a secção de classificados. “Produção Áudio: Revista de Som e Luz Profissional”. Uma outra revista, esta essencialmente para profissionais de som e luz. Notícias e novidades quanto a novos produtos no mercado, reportagens e análises detalhadas de sistemas e equipamentos, são apostas desta edição. Inclui ainda secção sobre iluminação e cenografia e várias dicas. Ambas as revistas estão disponíveis na Biblioteca Municipal, para empréstimo domiciliário ou consulta local.

 

s 20

BUENA VISTA SOCIAL CLUB

Wim Wenders / Buena Vista Social Club Ry Cooder CD audio Videocassete VHS / DVD.


O cinema e a música, juntos em Buena Vista Social Club e nesta nossa sugestão que acaba também por se ligar ao livro " A filha rebelde", que já destacamos. São os factos históricos do livro, por um lado, e a alegria dos músicos e dos ritmos latinos tradicionais, por outro - sempre com Cuba de cenário. O filme, em vhs ou dvd, é um emocionante e consagrado documentário dirigido por Wim Wenders (Paris, Texas), mostrando um pouco da vida e obra de grandes músicos cubanos que se reencontram após uma série de anos. Juntos relembram, com nostalgia, os velhos tempos. Iniciam-se na composição e recuperação de músicas, cada uma com a sua história. Descobrem um impulso interior e atiram-se com garra para um projecto vincado pelas alegres memórias, que pensavam estarem enterradas há bastante tempo. A rodagem foi concluída no verão em Nova Iorque, com um concerto espectacular, que seria sem dúvida, o último do grupo, no lendário palco do Carnegie Hall.

 

 

s 22

APRESENTO-VOS KLIMT

Bérénice Capatti; il. Octavia Monaco. Lisboa: Orizonte, 2004 ISBN 972-24-1300-7.


Apresento-vos klimt, é um livro para crianças, centrado na obra do famoso pintor austríaco “Gustav Klimt. Para descobrir-mos um pouco mais sobre a sua vida, somos guiados, neste livro, pelo seu primeiro gato. Um animal mágico, que fala, sabe ler pensamentos e vive mais tempo que um gato comum.Bérénice Capatti escreveu o texto e graças ao extraordinário trabalho gráfico da italiana Octavia Monaco é uma obra absolutamente irresistível em termos visuais.

 

 

s 21

A FILHA REBELDE: DA CUBA DO CHE AO PORTUGAL DE ABRIL, A VIDA FANTÁSTICA DE ANNIE SILVA PAIS, FILHA DO ÚLTIMO DIRECTOR DA PIDE

José Pedro Castanheira, Valdemar Cruz. 5ª edição Lisboa: Temas e Debates, 2004 ISBN 972-759-703-3.


"A Filha Rebelde", obra editada pela Temas e Debates, constitui o desenvolvimento de uma reportagem publicada na revista do Expresso em Setembro de 2002 e que valeu aos dois jornalistas Valdemar Cruz e José Pedro Castanheira o Prémio Gazeta, que constitui o maior prémio de jornalismo actualmente atribuído em Portugal. O livro, apresentado como uma "reportagem histórica", conta a história de Annie Silva Pais - filha única do responsável máximo da PIDE entre 1962 e 1974, Fernando Silva Pais -, que em 1965 toma uma decisão tida como ultrajante para o pai e para o regime português: abandona o marido, a restante família, os amigos e o país para se entregar à revolução cubana. Posteriormente revela uma ardente paixão por Che Guevara, vindo a enamorar-se do médico pessoal de Fidel Castro e, posteriormente, a estabelecer uma prolongada relação com o ministro do interior cubano, José Abrantes. Os dois jornalistas falaram recentemente deste seu trabalho em Vozes dos Livros, na Biblioteca Municipal de Abrantes, e a sua leitura recomenda-se.

 

 

GOSTAM TODOS DO PATETA

Dvd.


Pateta regressa com esta colecção das suas melhores curtas-metragens de animação. Em tempo de férias toda a família poderá divertir-se vendo Pateta e outras personagens igualmente queridas de todos, como o Donald e Mickey, agora também recordados nesta selecção de grandes obras clássicas da Disney.

 

 

JORGE SILVA MELO


Jorge Silva Melo, personagem de destaque do meio cultural português – na literatura, no teatro e no cinema -, que recentemente esteve na nossa biblioteca, é o autor que sugerimos. Não destacamos nenhuma das suas obras em particular, mas o todo do seu trabalho literário que medeia entre a escrita para o teatro, as crónicas e as traduções, como o trabalho que está a desenvolver actualmente para as edições Cotovia, com José Maria Vieira Mendes e Vera San Payo Lemos. Trata-se de uma edição em oito volumes da obra de Bertolt Brecht, traduzida directamente a partir do alemão. Jorge Silva Melo é autor do libreto de “Le Château des Carpathes” (baseado em Júlio Verne) de Philippe Hersant, das peças “Seis rapazes, três raparigas”; “António, um rapaz de Lisboa”; “O fim ou tende misericórdia de nós”; “Prometeu; Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver” baseado em Kleist; de “Não sei” (em colaboração com Miguel Borges) e “O Navio dos negros”. Traduziu obras de Carlo Goldoni, Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter. Para quem não sabe por onde começar a sua leitura, nós vamos complicar um bocadinho mais e acrescentamos à lista “Deixar a vida”, um conjunto de crónicas que entre outras coisas fala de palcos, palavras e silêncio e que foi editado em 2002, também pela Cotovia. É só atrever-se a entrar no mundo do teatro!

 

s 23

O GAROTO DE CHARLOT

Colecção Chaplin. Dvd.

O garoto de Charlot é apenas uma das recentes edições, em dvd, da extensa obra de Charles Chaplin. Uma nova transferência digital, feita a partir dos arquivos da família Chaplin, com elementos áudio. Cada título contém dois dvd's, onde são incluídos muitos extras: documentários, versões inéditas, fotografias, etc. Algumas das cenas memoráveis de "O garoto de charlot" incluem uma excepcional lição sobre bons modos à mesa, uma briga com um durão e os sonhos angélicos do vagabundo. Um filme imortal. 


  s 23

O HOMEM QUE ENGOLIU A LUA

Mário de Carvalho; il Pierre Pratt. Ambar.


Mário de Carvalho nasceu em Lisboa em 1944. Licenciado em direito, tem uma vasta obra literária que lhe granjeou vários prémios nacionais e internacionais, e o tornaram um dos mais importantes ficcionistas portugueses da actualidade. O homem que engoliu a lua, é uma original e bonita história, complementada pelas expressivas ilustrações de Pierre Pratt. É considerada uma história de grande qualidade para leitores de todas as idades.

 
   s 23

FANTASIA PARA DOIS CORONEIS E UMA PISCINA
Mário de Carvalho. Caminho.


Fantasia para Dois coronéis e uma Piscina, suscitou de imediato apreciações críticas muito interessantes: Francisco José Viegas escreve, na «Grande Reportagem»: «Mário de Carvalho escreveu um dos seus livros mais divertidos, que é também um retracto impiedoso do país actual». Por sua vez, António Guerreiro escreve no «Expresso»: «A história dos dois coronéis faz-nos rir porque há nela aspectos paródicos e há também uma acumulação de elementos heteróclitos: o verosímil e o inverosímil, o real e a fantasia, a anedota e a argumentação sábia, a imitação de discursos e a pura virtuosidade verbal».

 

 

s 23

ODISSEIA

Homero; trad. Frederico Lourenço. Cotovia.


Frederico Lourenço é romancista e professor universitário na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa. Para além de autor de dois romances saídos nos dois últimos anos, é responsável por uma recente tradução da Odisseia, feita a partir do grego e em verso. Chamamos a atenção para a inexistência, até ao momento, de uma tradução aceitável em língua portuguesa, desta obra imensa da literatura universal e como tal, da importância e impacto que este livro terá junto dos leitores.

 

 

s 23


AT-TAMBUR

Cd audio.


Os At-Tambur assumem-se como um grupo que faz a fusão entre vários instrumentos e estilos musicais, reunido à volta de um repertório tradicional e de composições do grupo. Deixando-se influenciar pelo gosto da música antiga, da clássica ou do jazz, juntam violino, bateria, sanfona, guitarra acústica, flautas doces, contrabaixo, voz e concertina. Este disco, com o mesmo nome, At-Tambur, é tido por alguma imprensa como "...uma visão inovadora e universalista das tradições musicais europeias."
 

 

s 23

ENSAIO SOBRE A LUCIDEZ

José Saramago. Caminho.

 Prémio Nobel da Literatura, José Saramago, uma voz maior da literatura universal, escolheu Abrantes (e a Biblioteca Municipal António Botto) como um dos locais de lançamento do seu novo livro, "Ensaio Sobre a Lucidez Criticando várias instituições e figuras portuguesas, Saramago já admitiu este trabalho como sendo "polémico" e podendo provocar mais celeuma do que "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", editado em 1991. Tendo no currículo, além do Nobel, o Grande Prémio APE (1991) e o Prémio Camões (1996), entre outras distinções, Saramago estreou-se com "Terra do Pecado", em 1947, e já publicou 35 títulos, encontrando-se actualmente editado em mais de 30 países.

 

 

s 23

EGOÍSTA

Director Mário Assis Ferreira.


Ao longo dos seus quatro anos de vida, esta revista, editada pelos Casinos Estoril e da Póvoa de Varzim, tem reunido grandes nomes da literatura e das artes em geral - fotografia, teatro, moda, música, cinema, pintura, dança... sempre com um especial cuidado ao nível da imagem e do design. A revista Egoísta já venceu três prémios internacionais atribuídos, pela APEX – Association for Publication Excellence – uma organização norte-americana que distingue, anualmente, as melhores revistas do mundo. A Egoísta conquistou, ainda, o Prémio Inovação de “O Primeiro de Janeiro”. Todos os números têm um tema. O nº17, de Dezembro de 2003 , que aqui destacamos, fala de música. Toda a revista emerge desse tema duma forma tão subtil quanto, às vezes, desconcertante.

 

 

s 23

FICÇÕES

Directora Luísa Costa Gomes.


Ficções é uma revista exclusivamente dedicada à publicação de contos, que pretende contribuir para relançar o interesse do conto como género literário específico, dando-lhe espaço próprio de publicação. Dá a conhecer, retira do esquecimento e revela contos e autores clássicos e contemporâneos, ao mesmo tempo que abre um novo espaço à publicação de autores portugueses inéditos. No princípio do ano 2002, a Ficções abriu também a sua página na Internet, seguindo a mesma lógica de edição, em que a qualidade do texto é de facto o mais importante. O Nº 8 começa com um pequeno e delicioso conto de Ramalho Ortigão, a que se segue Villiers de L'Isle-Adam, Elisabeth Bishop, Ray Bradbury, Doris Lessing, Augusto Abelaira e José Rodrigues Miguéis.

 

 

s 23

VAGABUNDOS DE NÓS

Daniel Sampaio. Caminho.


Vagabundos de nós é o último livro de Daniel Sampaio, que bem recentemente passou pela Biblioteca Municipal António Botto, onde a sua obra abunda, a pretexto de fazer o lançamento e falar sobre este seu trabalho. Ler este livro "(...)é apreender uma experiência duríssima. É reflectir sobretudo sobre o «outro». Porque ser diferente não é uma questão de escolha. Vagabundos de nós aborda o que de melhor e de pior há em cada ser humano, deixando em aberto as pistas para a problemática da condição de não haver escolha". Daniel Sampaio, chefe de serviço de psiquiatria no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tem-se dedicado sobretudo à intervenção terapêutica junto de jovens em risco. Os livros que publica partem da sua experiência clínica e pretendem ilustrar algumas dificuldades dos adolescentes e das sua famílias. Um autor que a biblioteca recomenda.

 

 

s 23

A RAINHA DAS AVES

Escrito e ilustrado por Helen War. Caminho.


Um livro que entra no mundo fascinante das aves. Quem deve ser a rainha das aves? A ave maior? A mais rápida? A ave com o bico mais comprido? Só uma competição pode decidir... mas quem será a vencedora? Uma história desvendada a cada folha. E cada folha é uma festa de cores que iguala a exuberância da plumagem de tão variadas aves. Este livro, é enriquecido pela sua vertente educativa, identificando, no final, centenas de espécies apresentadas.

 

 

s 23

TRAVELOGUE LYRICS

Joni Mitchel.


Um duplo álbum em que Joni Mitchell reinterpreta duas dezenas de canções escritas entre 1966 e 1994, seleccionadas segundo a sua preferência e do seu marido, Larry Klein, com quem produziu o disco. Com esta edição Joni Michell assinala o seu divórcio com a indústria musical. Para sublinhar a importância do momento, Wayne Shorter, Herbie Hancock e Brian Blade, três homens da divisão do jazz, para além do organista Billy Preston, figuram entre os convidados, enquanto a London Symphony Orchestra se encarrega de imprimir a Travelogue a solenidade que as despedidas exigem. Uma edição em que o invólucro é tão rico quanto o que dentro contém.

 

s 23

MICROCOSMOS: O POVO DA ERVA

Claude Nuridsany e Marie Pérennou.


Venha perder-se num mundo desconhecido numa aventura surpreendente à escala milimétrica, um universo microscópico e fascinante, pleno de beleza e violência selvagem. Neste universo, o tempo voa. Um dia não é mais que uma hora. Uma estação parece um dia. E a vida passa num instante. Um filme mágico. Com todos os actores do microcosmos. Uma viagem num planeta dseconhecido: a Terra redescoberta à escala do centímetro. Os seus habitantes: criaturas fantásticas, insectos e outros animais, da erva e da água. As sua paisagens: florestas impenetráveis, tufos de erva, grossas gotas de orvalho como bolas... Trata-se de explorar esta terra nova - uma simples pradaria – durante um dia de Verão; um dia, uma noite e o nascer de uma segunda manhã. Mas um único dia é o equivalente a uma estação neste micro-mundo. Um filme premiado para miúdos e graúdos verem!
Fevereiro 2004


2003

s 23

UMA MENTE BRILHANTE

Ron Howard Russell Crowe e Ed Harris.

Vencedor de quatro Oscares da Academia, incluindo o de Melhor Filme, Uma Mente Brilhante é realizado por Ron Howard, galardoado com um Óscar da Academia, e produzido por Brian Grazer, seu parceiro de longa data, igualmente distinguido com um Óscar da Academia. Uma Mente Brilhante conta no papel principal, com o actor Russell Crowe, distinguido com um Óscar da Academia, no extraordinário desempenho da figura do carismático e brilhante matemático John Nash, que está prestes a obter o reconhecimento internacional quando se envolve numa misteriosa conspiração. Agora, só a sua dedicada esposa (Jennifer Connelly, vencedora de um Óscar da Academia) o pode ajudar nesta fascinante história de coragem, paixão e triunfo.

 

 

s 23

O FEITICEIRO DE OZ

L. Frank Baum; ilustrado por Lisbeth Zwerger.


Comemorou-se no dia 2 de Abril, o Dia Internacional do Livro Infantil. Este ano o IPLB – Instituto Português do Livros e das Bibliotecas – escolheu para as suas iniciativas o tema da Viagem, pretendendo com este tema acentuar que um livro pode ser uma descoberta de novos lugares, novos amigos, novas emoções, bastando para isso que cada um se disponha a partir para a aventura da leitura. A biblioteca de Abrantes, que se associou às comemorações, escolheu o livro “O Feiticeiro de Oz” de L. Frank Baum e aproveita agora para o sugerir como uma excelente leitura para os mais novos.Quando Frank L. Baum escreveu O Feiticeiro de Oz, o seu objectivo era criar uma fantasia moderna que oferecesse o mesmo deslumbramento e alegria que as histórias tradicionais e os contos de fadas ofereceram ao longo dos tempos. Levada por um ciclone para a Terra de Oz, Doroteia caminha através de um mundo mágico, tentando encontrar a Cidade das Esmeraldas e o Feiticeiro que a pode ajudar a encontrar o caminho de regresso a casa. Viajando com três amigos - o Espantalho, o Homem de Lata e o Leão - Doroteia convida todas as crianças a seguir as suas aventuras pela estrada de tijolo amarelo.Entre as várias edições existentes no mercado, algumas das quais muito mázinhas, destacamos a da Livraria Civilização, pela qualidade gráfica e por ser uma excelente versão mais acessível a público mais novo, e a da Ambar, também graficamente insuperável e por apresentar o texto integral.

 

 

s 23

OS POETAS: ENTRE NÓS E AS PALAVRAS

Rodrigo Leão, Gabriel Gomes e Manuel Hermínio Monteiro.


A 21 de Março comemorou-se o Dia Internacional da Poesia. A biblioteca deu especial atenção aos poetas e não perdeu a oportunidade de sugerir um excelente trabalho que resulta dum encontro inédito e feliz entre a música e a poesia. Neste disco, as vozes e os poemas de Cesariny, Herberto helder, Luíza Neto Jorge, Al Berto e António Franco Alexandre ganham um singularíssimo suporte musical da responsabilidade de Rodrigo Leão, Gabriel Gomes, Francisco Ribeiro e Margarida Araújo e que restitui à poesia o seu sítio de eleição.

 

 

s 23

JOSÉ LUIS PEIXOTO

Mais do que um livro, sugerimos um autor – José Luis Peixoto – na opinião de muitos críticos nacionais e internacionais, uma das vozes mais singulares da literatura europeia recente. Este jovem autor, publicou em Outubro de 2000, na "Temas e Debates", o romance "Nenhum Olhar" , que lhe valeu de imediato um largo reconhecimento da crítica, vindo a ganhar o Prémio José Saramago, da Fundação Círculo de Leitores, para a melhor obra de ficção em língua portuguesa, escrita por um autor com menos de 35 anos. Já antes tinha publicado, em edição de autor, Morreste-me, um livro singularíssimo, capaz de se nos agarrar à pele. Em Outubro de 2002 publicou o seu mais recente romance, intitulado "Uma Casa na Escuridão". A história de amor entre um escritor e a sua personagem, ambos habitantes de uma casa luminosa que se vê subitamente ameaçada pela escuridão, com chancela da editora Temas e Debates. Em simultâneo com este seu novo romance, José Luís Peixoto publicou também um livro de poemas, relacionado com o universo e as personagens da obra, "A casa, a escuridão". OBRAS PUBLICADAS - Ficção: MORRESTE-ME. Lisboa, ed. Autor, 2000; Lisboa: Temas e Debates, 2001 (4ª edição, Outubro de 2002) NENHUM OLHAR (romance). Lisboa: Temas e Debates, 2001 (5ª ed., Outubro 2002) UMA CASA NA ESCURIDÃO (romance). Lisboa: Temas e Debates, 2002. Poesia: A CRIANÇA EM RUIINAS, Vila Nova de Famalicão: Quasi, 2001. A CASA, A ESCURIDÃO, Lisboa: Temas e Debates, 2002

 

 

ERA UMA VEZ A BUBLINA

Manuela Bacelar. Desabrochar.

Bublina é uma bruxinha muito especial. Vive no país da magia e viaja para todo o lado com o seu amigo Gráfiko, o gato. Tem uma palavra mágica, é claro... Desta vez foi ao país das cores, e como não podia deixar de ser, meteu-se em sarilhos.Esta história é contada pela Manuela Bacelar que nasceu em Coimbra em 1943. No Porto frequentou a Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis e na Checoslováquia frequentou durante seis anos a Escola Superior de Artes Aplicadas, tendo terminado o Curso de Ilustração. Dedica-se à ilustração, à escrita e à pintura, contando já com muitas exposições individuais e colectivas.

 
s 40

O VELHO QUE LIA ROMANCES DE AMOR

Luís Sepúlveda trad. Pedro Tamen. Asa.


Luis Sepúlveda nasceu em 1949 no Norte do Chile, e tem percorrido quase todos os territórios possíveis da geografia e das utopias, de Punta Arenas a Oslo, de Barcelona a Quito, da selva Amazónica ao deserto da República Árabe Sarabuí, das celas de Pinochet aos barcos do movimento “Greenpeace”.Autor de uma obra multifacetada, que compreende contos, romances, peças de teatro e ensaios, têm-lhe sido atribuidos numerosos prémios.Concebido como um romance de aventuras e como uma homenagem ao mundo amazónico, hoje tão violentamente agredido, “O velho que lia romances de amor” conta a história de António Proaño, um homem que vive numa aldeia isolada no interior da floresta e que um dia é forçado a partir em perseguição de um predador que assola as proximidades, atacando pessoas e animais.Se ainda não conhece a obra deste autor, este livro será um bom começo.

 

 

s 41

DA ESCOLA SEM SENTIDO À ESCOLA DOS SENTIDOS

António Torrado, Livraria Civilização.


António Torrado nasceu em Lisboa em 1939. Licenciou-se em Filosofia pela Universidade de Coimbra. Dedicou-se à escrita desde muito novo, tendo começado a publicar aos 18 anos. A sua actividade profissional foi e é diversa: escritor, pedagogo, jornalista, e editor, produtor e argumentista para televisão.Sendo consensualmente considerado um dos autores mais importantes na literatura infantil portuguesa, tem também mantido uma ligação constante com a temática educativa. Em relação a este livro “Da escola sem sentido à escola dos sentidos” disse Vasco Pereira da Costa no Diário de Notícias « Não tentem os professores (provisórios e efectivos, em busca de estágio ou de fase) [recorrer] a estes textos como se fossem de culinária didáctica. Neles não estão delineados planos, nem objectivos gerais e/ou específicos generalizados ou especificados, nem se gizam estratégias, nem se sugerem mezinhas ou infusões para atacar o gravoso problema do Inçusseço Iscular. Aqui apenas há, límpida e transparente a inquietação».António Torrado esteve recentemente em Abrantes e deu nome à mais nova escola da cidade. Vem a propósito este livro onde António Torrado deita algumas achas para a fogueira da pedagogia, mas é também oportuno recomendar toda a sua obra.

 

 

s 42
O FABULOSO DESTINO DE AMÉLIE

[DVD].

Realização de Jean-Pierre Jeunet; actores Audrey Tautou e Mathieu Kassovitz. Atalanta filmes.

Este filme é uma comédia/romance do cinema europeu e pode-se contar assim:Não é feliz a vida de Amélie. A mãe morreu no adro da Catedral de Notre-Dâme e o pai transferiu todo o seu afecto para um anão de jardim. Aos 22 anos, empregada de mesa em Montmartre, Amélie decide reparar a vida dos outros. Eis as suas vítimas: a porteira, que chora pelo seu marido desaparecido, a hipocondríaca Georgette, e o "homem de vidro", eterno falsificador de Renoir. Um dia, Amélie conhece Nino. Empregado em "part-time" num combóio fantasma e numa sex-shop, é um coleccionador de fotografias abandonadas à volta das Photomatons. O jogo das escondidas vai começar...Juntamente com o filme apetece igualmente recomendar a banda sonora de Yannn Tiersen. La valse de Amélie ficará certamente no ouvido a vai ser bom ouvi-la muitas vezes - Amélie from Montmartre. [cd audio]. Composição de Yann Tiersen. França: BMG.2001.

 

 

s 43

PASIÓN

Rodrigo Leão. Sony Music Entertainment.


Este disco gravado ao vivo na Aula Magna em 2001 é último trabalho de Rodrigo Leão e conta com a prestação de alguns convidados.« Nuno Gonçalves e Sónia Tavares, dos The Gift, abalam A Casa pelos alicerces e refazem brilhantemente toda a arquitectura, sem beliscar uma única ideia original. E depois, claro há Rui Reininho: entre o pulha romântico e o marialva de pacotilha, a rendição do cantor de Pasion leva a canção a irónicos e bem-humorados destinos - uma marca que apenas acentua a luminosidade das canções de Alma Mater .A música de Rodrigo Leão nasce de cumplicidades, que ele cultiva e conserva como raros.» diz Nuno Miguel Guedes conhecedor do trabalho do músico.


2002

s 44

A CASA DO PÓ
Fernando Campos. Difel.

«... É um enorme romance com uma força extraordinária, o romance de que ninguém estava à espera. É um romance histórico e muito mais do que isso porque é, sem dúvida, um dos melhores, senão o melhor romance que em Portugal se publicou em 1986. [...] A casa do Pó é um romance humano, sobre a condição humana e é com vago sentimento de reconciliação com a ficção portuguesa que, como no teatro, confesso apetecer-me escrever: Senhores e senhoras, tenho o orgulho de vos apresentar um grande romancista português, o Senhor Fernando Campos.» ---------- Clara Ferreira Alves , Expresso
 

 

O MARINHEIRO QUE PERDEU AS GRAÇAS DO MAR

Yukio Mishima. Assírio e Alvim.


Reler Mishima, um autor incontornável nos anos setenta e um dos maiores autores das letras japonezas, é absolutamente imprescindível em nome da sensibilidade e do bom gosto. Esta é uma estória de amor, terna, nostálgica e doce como sempre devia ser o amor...mesmo impossível.
 

 

OS DOIS IRMÃOS

Germano Almeida. Instituto Nacional de Investigação Científica: Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra.


Germano Almeida - que esteve presente na inauguração da biblioteca que a Câmara Municipal de Abrantes patrocinou em S. Nicolau - é um nome maior das letras de Cabo Verde e mesmo da actual literatura de expressão portuguesa. Os dois irmãos conta a estória de um crime fratricida, num estilo entre o jornalístico e a linguagem processual do direito. Trata-se de um excelente retrato do contexto mental tradicional caboverdiano. 

 

s 45

O GATO MALHADO E A ANDORINHA SINHÁ: UMA HISTÓRIA DE AMOR

Jorge Amado. Europa-América.


Um dos mais poéticos livros "supostamente" para crianças. Para ser lido só por crianças adultas, como dizia o complemento de título de uma edição já fora de mercado. Realmente de uma sensibilidade enriquecedora em qualquer idade, esta história de amor entre um gato e uma andorinha.

 
 

s 46

AS AVENTURAS DE JOÃO SEM MEDO 

José Gomes Ferreira. Dom Quixote.


Estas aventuras de João sem medo não devem nada - em imaginação, criatividade, fantasia e sensibilidade - a nenhum dos grandes clássicos da literatura universal para a infância e juventude. Talvez José Gomes Ferreira apenas tenha o azar de ter nascido português, pois talento nunca lhe faltou, senão não se compreende que seja tão pouco lembrado, mesmo no ano do centenário do seu nascimento, caso ainda não tenham dado por isso convém lembrar, e já agora reler.
 

 

s 48

LIFT EVERY VOICE

Charles Lloyd


O saxofonista Charles Lloyd parece sntir os seus poderes expressivos exacerbados por situações que tocam emocionalmente. Em 2001, quando realizouum extraordinário concerto em "Jazz num dia de Verão", ainda estava abalado pela morte do seu amigo Billy Higgins, acontecida uns meses antes. Agora a elaboração desta tão tocante música foi despoletada pelos acontecimentos ocorridos em Nova iorque em Setembro do ano passado. Lloyde toca com um sentimentotremendamente tocante. O seu som, sempre nos registos mais agudos do instrumento, realiza evoluções que não estão longe do choro musical. Lloyd não se pode negar, foi um músico que se inspirouem John Coltrane, no ínicio da sua carreira. Todavia desded que retornou ao jazz na dácada de noventa, aproxima-se mais do Coltrane de «After the Rain» ou «Dear Lord» do que do Coltrane sapador de sons da fase final. O dialecto de Charles Loyd tem uma fluidez que se quadra com a exploração das peças deste duplo album, maioritariamente constituidas por hinos religiosos e espirituais negros. Os músicos que rodeiam o saxofonista, da pianista Gerri Allen ao baterista Billy Hart, passando pelos contrabaixistas e o guitarrista John Abercrombie, estão sintonizados com Charles Lloyd, complementando-o no estabelecimento dum clima de beleza e dor. O grande senão é a falta de variação de tempo e ambiente, que torna a música sedativa. Salvp «Deep River», com uma certa animação, todos os tempos são lentos ou mesmo «rubato». In "Semanário Expresso": cartaz nº 1574, 28 dezembro 2002.


2001

 

s 49

ROSA DO MUNDO: 2001 poemas para o futuro

Manuel Hermínio Monteiro, dir. editorial. Assírio & Alvim.


Conheci o Manuel Hermínio Monteiro há 25 anos. Na faculdade fomos companheiros de carteira e amigos fraternos, como ele dizia, da «amizade bebida no mesmo copo». O Hermínio era um camponês de Trás-os-Montes, com uns olhos vivos onde cabia a inquietação do mundo e um coração maior que a estação de Santa Apolónia; tantos os amigos que albergava. Mais que chorar este companheiro de tanto riso de quem me sinto orfão, como tantos que foram seus amigos e com quem partilhava o pão e a poesia, prefiro recordá-lo com o orgulho de ter sido seu amigo, porque uma amizade assim é um previlégio. Era um homem grande, de fraldas ao vento, que gostava dos pássaros e das ervas dos campos, porque eram as coisas simples que o apaixonavam. Gostava também das aldeias e indignava-o o irrevogável descaminho das identidades. Não tinha vaidades nem ambição... Só a amizade o movia até aos confins do mundo. Um dia telefonou. Estranhamente, do habitual fluir tranquilo das palavras saíu apenas, num murmúrio, «Então, tudo bem por aí?...». Percebi-lhe nas reticências as palavras que calou: «...tenho um cancro a roer-me o estômago.» Foi, talvez, uma forma de se despedir. Morreu-nos... definitivamente. Mas cada vez que relermos os poemas de "Rosa do mundo", a maior antologia poética universal - que deixou como testamento - tenho a certeza de que será uma forma de o revisitarmos e de mantermos viva uma amizade que perdura para além de todas as ausências.  Francisco Lopes, bibliotecário,


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